Política de escolarização da população em situação de rua no DF: percepções de mulheres negras estudantes da Escola dos Meninos e Meninas do Parque

Abstract

Esta dissertação de mestrado foi desenvolvida na Linha de Pesquisa “Políticas Públicas e Gestão Educacional” do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília-FE/UnB e com as contribuições de estudos realizados no GEPPHERG/FE-UnB (Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas, História, Educação das Relações Étnico-Raciais e de Gênero). Enquanto uma proposta metodológica antirracista, antissexista e contra hegemônica, o presente estudo tem como objetivo geral compreender as percepções das mulheres negras, estudantes da Escola dos Meninos e Meninas do Parque EMMP do Distrito Federal, coparticipantes neste estudo acerca da PEPOP - Diretrizes Operacionais e Pedagógicas para a Escolarização da População em Situação de Rua no DF. O estudo procura saber: quem são e quantas são as mulheres negras que vivem em situação de rua e são estudantes na EMMP para entender o que elas pensam e buscam na educação formal; busca fazer uma correlação entre as políticas educacionais na EMMP existentes com as orientações nacionais e locais; se estão alinhadas e materializadas por meio da PEPOP” e se se conectam ao entendimento das estudantes, mulheres negras ouvidas para esse estudo. Para trabalhar esse amplo percurso o estudo se concentrou na trajetória de vida de cinco mulheres negras, quatro estudantes da EMMP e uma mãe de estudantes menores de idade. Como macro categoria de análise demos foco também nas políticas públicas educacionais voltadas para pessoas em situação de rua no Brasil e no DF. Os resultados também apontaram que as mulheres negras em situação de rua no DF, estudantes da EMMP são constituídas de ausências e o estudo revela como elas lutam por visibilidade, ampliação da cidadania, subsistência. Pelas falas/vozes emergem suas resistências. Além disso, os dados apontaram também que a POP Rua enfrenta ainda dificuldades para acessar e permanecer na escola, e que ainda é muito deficitária a implementação da PEPOP no âmbito do DF, pois caminha a passos lentos.