Alfabetização matemática e as/os estudantes de coletivos diversos: um estudo acerca da formação continuada de professoras/es no Distrito Federal

Abstract

O processo de alfabetização Matemática é uma temática que, mesmo com o crescente interesse de pesquisadores/as, ainda requer estudos para entendermos um pouco mais da complexidade que é ensinar para crianças, principalmente quando se trata de crianças de coletivos diversos, ou seja, pessoas com deficiência, com Transtorno do Espectro Autista, com Transtornos Funcionais, negros, povos indígenas, entre outros presentes em sala de aula. Refletir sobre esse processo implica, para este estudo, reconhecer a importância da Matemática nos primeiros anos do Ensino Fundamental, os desafios de ensinar para crianças de coletivos diversos e, sobretudo, compreender a formação continuada de professoras que atuam neste contexto. Diante disso, temos, como objetivo geral, refletir sobre os desafios da formação continuada de professoras alfabetizadoras no que versa o ensino de Matemática diante de estudantes de coletivos diversos. Os desdobramentos deste objetivo são: refletir sobre a inclusão de estudantes de coletivos diversos no contexto da alfabetização Matemática; verificar de que forma as políticas de formação continuada de professoras alfabetizadoras da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal vêm se constituindo no campo da Matemática para atender aos coletivos diversos; e investigar a formação continuada de professoras alfabetizadoras da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal no contexto da Matemática e da diversidade nos espaços escolares de coordenação coletiva. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório, que foi realizada por meio de análise documental, de pesquisa bibliográfica e de aplicação de questionário. A análise dos dados coletados foi realizada com base na análise de conteúdo, observando os pressupostos de Bardin. A técnica de organização textual escolhida foi o formato multipaper, na qual o texto é estruturado numa coletânea de artigos independentes, porém interligados que, neste estudo, serão somados a um capítulo introdutório e as reflexões finais. O estudo identificou compreensões diversas acerca do sentido da palavra inclusão, diversidade e diferença; enfatizamos que a promoção da inclusão implica lidar com a diversidade e com as diferenças; e que os estudantes são pertencentes a grupos distintos e, por isso, se faz necessário compreender as dificuldades dos alunos/as identificando estratégias e recursos para promover a inclusão na escola, proporcionando uma variedade de oportunidades para que possam experimentar, observar e refletir. Os resultados do segundo artigo indicam que, embora exista um órgão específico voltado para a formação, as políticas públicas de formação continuada de professores da rede pública do Distrito Federal ainda apresentam insuficiências. A quantidade de vagas oferecidas não atende à demanda de docentes, e os cursos de formação em Educação Matemática necessitam de um aprofundamento teórico consistente e bem fundamentado. Isso pode limitar a capacidade das professoras de compreender e aplicar os princípios teóricos em suas práticas de ensino. Além disso, não abordam de forma suficiente, ou tratam de maneira superficial, o trabalho com as temáticas de inclusão e diversidade, deixando de disponibilizar estratégias práticas e discussões aprofundadas para a implementação desses conceitos na educação. Em relação ao terceiro artigo, os resultados da pesquisa evidenciaram que a coordenação pedagógica coletiva, embora avaliada positivamente pelas professoras, oferece um espaço limitado para a abordagem da Matemática e da diversidade nas formações continuadas. Isso compromete a preparação para enfrentar os desafios do ensino de Matemática no contexto da diversidade. Conclui-se que, embora a formação na escola tenha um grande potencial para o desenvolvimento docente, a falta de ênfase na inclusão compromete diretamente a capacidade dos professores de atender às necessidades dos coletivos diversos.