Governança de unidades de conservação fronteiriças : desafios e perspectivas na gestão compartilhada de ecossistemas

Abstract

A Governança das Unidades de Conservação Fronteiriças adicionam alguns desafios em relação à Governança de Unidades de Conservação interioranas. O isolamento das UCs, a falta de jurisdição sobre a zona de amortecimento e a falta de cooperação entre os países representam entraves para os esforços de conservação em escala supranacional. Desta maneira, o presente trabalho busca avaliar como se dá a cooperação para a conservação de ecossistemas em escala regional ou supranacional. Além disso, o estudo também busca entender quais são as diferenças em termos de gestão e indicadores de efetividade entre UCs fronteiriças e não fronteiriças. Por fim, o trabalho propõe um estudo de caso comparativo entre duas UCs fronteiriças - o PARNA Montanhas do Tumucumaque e o PARNA do Iguaçu. O trabalho apontou que a cooperação no contexto sul-americano não ocorre com tanta intensidade como no contexto europeu e africano. Além disso, os resultados dos indicadores de gestão das UCs fronteiriças e não fronteiriças não apontaram diferenças significativas entre esses dois grupos. Por fim, o estudo de caso comparativo mostrou que entre as duas UCs fronteiriças comparadas há muita diferença, pelo tempo de existência de uma UC e outra, por conta do isolamento geográfico de uma UC e outra, por conta do arco de fronteira em que uma e outra se encontram, por razões sociodemográficas em termos de pressão antrópica e pela exploração do potencial turístico de uma região e outra.