Territórios através das câmeras : análises das produções cinematográficas dos jovens do Chicão em São Sebastião - DF

Abstract

A presente dissertação de mestrado estuda a produção de vídeos por jovens de forma a buscar apreender as territorialidades nelas expressas. Analisamos vídeos produzidos colaborativamente, durante a pandemia de covid-19, por estudantes da Região Administrativa de São Sebastião - DF, como atividade que integra o festival promovido pela escola, o Chica de Ouro. As análises abordaram tanto aspectos cinematográficos quanto geográficos da produção. Como resultado, identificou-se que os vídeos produzidos pelos jovens apresentam sua relação tanto com os seus territórios quanto com outros territórios, bem como trazem uma compreensão clara das circunstâncias que os afetam e transformam suas realidades. Identificamos, ainda, traços de uma territorialidade própria dessa juventude, com expressão da forma como entendem as relações em seus territórios e apontam caminhos para o enfrentamento de questões que afetam sua vida e seu futuro e de outros jovens do planeta. O trabalho busca colaborar com os estudos que têm se desenvolvido sobre o uso do audiovisual no âmbito educacional, como ferramenta de dimensão estética que contribui para a formação de sujeitos críticos, fruição estética, aproximação com a arte, bem como o desenvolvimento de vários tipos de inteligência, sensibilidade, entre outras habilidades. A pesquisa aponta para a relevância do uso de práticas que acolham produções culturais dentro da escola. Ressaltamos, neste trabalho, o papel de práticas educacionais libertadoras que ocorrem nas escolas públicas. Os resultados do trabalho sinalizam a importância da produção de vídeos pelos jovens, como a potencialidade da produção de imagens no processo formativo dentro do espaço escolar e na expressão do protagonismo das juventudes mostrando suas perspectivas sobre o mundo e suas reivindicações, assim como sua esperança em um mundo mais solidário e colaborativo para a transformação na sociedade em que vivemos.