http://repositorio.unb.br/handle/10482/47495
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OtavioAugustoBuzarPerroni_DISSERT.pdf | 13,49 MB | Adobe PDF | View/Open |
Title: | Capital dialógica : as vozes construtoras de Brasília em Cidade Livre, de João Almino |
Authors: | Perroni, Otávio Augusto Buzar |
Orientador(es):: | Nuto, João Vianney Cavalcanti |
Assunto:: | Literatura brasileira contemporânea Literatura - Brasília (DF) Polifonia (Linguística) Dialogismo Cidade Livre; Polifonia; Brasília; Dialogismo; Mikhail Bakhtin |
Issue Date: | 24-Jan-2024 |
Data de defesa:: | 14-Dec-2022 |
Citation: | PERRONI, Otávio Augusto Buzar. Capital dialógica : as vozes construtoras de Brasília em Cidade Livre, de João Almino. 2022. 195, xlii f., il. Dissertação (Mestrado em Literatura) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022. |
Abstract: | Nesta dissertação, analisa-se a construção estética do romance Cidade Livre, de João Almino, como representação pelas vozes dos candangos da construção narrativa da cidade de Brasília. O problema fundamental consiste na avaliação de tais discursos, como eles refletem, refratam ou repercutem os construtores da capital, em igual valor e força, implicando o romance como polifônico. Outra questão consiste em considerar Brasília como “cidade dialógica”, capital multifacetada por natureza desde a origem, diante de suas relações sociais fundadoras. João Almino, ele mesmo, ou escritor-autor, ou revisor, ou tudo simultaneamente, elabora uma narração a várias mãos em recordações individuais não só possíveis, mas necessárias, ao lado das histórias grandiloquentes. Narrador, personagens e cidade complementam-se com os heróis míticos: todos servem aos verdadeiros construtores, retirantes e desbravadores, cujos discursos foram apagados pela retórica oficial, que mascarou massacres, aplainou acidentes e apagou memórias. Manifesta-se uma narrativa composta de discursos estruturais, retratando em espelho a construção física da cidade, em que elementos sobre alteridade, inacabamento e responsividade, ao lado de componentes éticos, confirmam a coexistência de vozes cujas relações dinâmicas forjam uma narrativa essencial. Tais problemas e objetivos aproximam-se da teoria de Mikhail Bakhtin, na medida em que o pensador russo identifica o dialogismo como a base de toda a linguagem – do sujeito e da vida, em última instância. Justificam-se, em razão disso, a viabilidade e a importância deste estudo em vista da quase inexistência de análises estéticas das vozes desses candangos, quando da construção da capital. Adota-se, por critério, o método dedutivo silogístico, aplicando-se premissas maiores (conceitos bakhtinianos) a premissas menores (elementos narrativos), com enfoque primordial nos escritos chancelados por Bakhtin, em seguida nos metateóricos (a respeito da obra do pensador), em críticas sobre João Almino e, finalmente, em obras sobre peculiaridades históricas, antropológicas, estéticas e sociais da construção de Brasília. Como resultado, apresentam-se: a) os conceitos bakhtinianos, com sua devida delimitação teórica e axiológica, aplicando-se “polifonia” ao romance, separando-a de “dialogismo”, atribuível à cidade de Brasília; b) os níveis dialógicos de Cidade Livre, dos extratos mais extensos aos mais restritos, desde o “grande tempo” em linha com romances de outros autores, depois dentro de um projeto estético do conjunto da obra de João Almino, e, já no âmbito interno do romance, a partir da análise das relações dialógicas entre autor, narrador e protagonista, sob enfoque da exotopia, gêneros discursivos construídos e invocados, uso das novas mídias (o blog), da miscelânea entre discursos formais e familiares, do distanciamento da oficialidade em face de uma necessária narração profana e da mistura entre memória e discurso; c) uma leitura das relações dialógicas entre os capítulos, entre as demais personagens e de seu significado global. Portanto, este trabalho contribui não só para a divulgação e compreensão da obra de João Almino, especialmente Cidade Livre, mas aprofunda o entendimento sobre a cidade de Brasília, pelo prisma do romance que a representa ficcionalmente. |
Abstract: | In this dissertation, we analyze the aesthetic construction of the novel Free City (Cidade Livre), by João Almino, constituted by candangos’ voices’ narrative construction of the city of Brasilia. We evaluate such discourses, the way they reflect, refract, or reverberate the builders of the capital city, in equal value and strength, implying the novel as polyphonic. We also consider the issue of Brasilia as a “dialogical city”, a multifaceted capital city by nature, in its founding social relations. João Almino, himself, as writer-author, reviewer, or everything at the same time, elaborates a multi-handed story in individual memories that are not only possible, but necessary, alongside the grandiloquent stories. Narrator, characters, and city complement each other with the mythical heroes: they all serve the true builders, migrants and trailblazers, whose speeches were erased by official rhetoric, which masked massacres, flattened accidents, and deleted memories. A narrative composed by structural discourses is manifested, portraying in a mirror the physical construction of the city, in which elements about alterity, incompleteness and responsiveness, besides ethical components, confirm the coexistence of voices whose dynamic relationships forge an essential narrative. Such problems and objectives are close to Mikhail Bakhtin's theory, insofar as the Russian theorist identifies dialogism as the basis of language – of subject and of life, ultimately. Therefore, the feasibility and importance of this study are justified in view of the almost inexistence of aesthetic analysis of the candangos’ voices when the capital city was being built. The syllogistic deductive method is adopted, applying major premises (Bakhtinian concepts) to minor premises (narrative elements), primary focusing on works endorsed by Bakhtin, then on metatheorists, in review of João Almino and, finally, in works on historical, anthropological, aesthetic, and social peculiarities of the construction of Brasilia. We offer as results: a) Bakhtinian concepts, with their proper theoretical and axiological delimitation, applying “polyphony” to the novel, separating it from “dialogism”, attributable to the city of Brasilia; b) the dialogic levels of Free City (Cidade Livre), from the most extensive to the most restricted strata, from the “great time” in line with novels by other authors, later within an aesthetic project of João Almino's work, and, already within the scope of the novel, from the analysis of the dialogical relations between author, narrator and protagonist, under the focus of exotopy, constructed and invoked discursive genres, use of new media (the blog), the miscellany between formal and familiar discourses, the distance from officialdom in the face of a necessary profane narration and the mixture of memory and discourse; c) a reading of the dialogic relationships between chapters, between other characters and their global meaning. Therefore, this work contributes not only to the dissemination and understanding of João Almino's work, especially Free City (Cidade Livre), but also deepens the understanding of the city of Brasilia, through the prism of the novel that fictionally represents it. |
metadata.dc.description.unidade: | Instituto de Letras (IL) Departamento de Teoria Literária e Literaturas (IL TEL) |
Description: | Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Programa de Pós-Graduação em Literatura, 2023. |
metadata.dc.description.ppg: | Programa de Pós-Graduação em Literatura |
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Appears in Collections: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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