As deficiências do bebê têm que ser tratadas com diferença?

Abstract

Nosso objetivo neste capítulo é apresentar ao leitor uma série de conceitos acerca dos processos de desenvolvimento na primeira infância, fundamentados na mediação de signos e de relacionamentos que permitam ampliar a compreensão sobre os primeiros anos de vida. Por sua vez, esses aspectos teóricos podem complementar as propostas que vêm orientando ao longo dos últimos anos, em nosso país, as práticas da Educação Precoce e que podem contribuir para o desenvolvimento pleno dos bebês e crianças pequenas, independente da razão – microcefalia, deficiência intelectual, deficiências sensoriais ou físicas, prematuridade – que os leve a necessitar de uma intervenção dessa ordem. Quando um documento emitido por uma equipe de especialistas sugere que um profissional ou um familiar de um bebê com microcefalia apresente um móbile para essa criança, o que está em jogo nesta relação? O uso do móbile é um aspecto técnico ou exige um envolvimento relacional? Como isso pode ser alcançado? Como a mãe se posiciona diante da criança com deficiência? Como a significa? Nas próximas seções, vamos discutir aspectos importantes do desenvolvimento do bebê ao longo dos seus dois primeiros anos de vida, promovidas pelas relações que se estabelecem entre a criança, o adulto e o mundo material que os cercam.