Cultura rock e arte de massa : crítica social e divertimento no rock brasileiro aos anos 80

Abstract

Este trabalho faz um esforço para compreender as últimas manifestações do rock brasileiro. Trata-se de uma análise do fenômeno conhecido como Rock Brasil a partir de um recorte sobre a produção de algumas bandas específicas: Legião Urbana, Titãs e Paralamas do Sucesso. Não se trata de uma historiografia das bandas. O autor analisa algumas peças musicais c outros documentos como entrevistas, manifestos, capas de disco, comentários da crítica musical e, a partir desta análise, discute o tratamento que o rock tem recebido por parte da crítica musical brasileira. A dissertação observa a cultura rock como um “sistema de significações” (Raymond Williams): o rock não é considerado apenas como mais uma variante da música comercial ou da indústria cultural. O autor abandona categorias de análise tradicionais da arte e sua relação com a indústria cultural, que privilegiam a contemplação e o culto como valores necessários; procura estabelecer conexões teóricas entre o rock e a arte de massa, tal como a definiu/projetou Walter Benjamin: uma arte que consiga uma unidade entre a crítica social e o divertimento. A crítica musical brasileira, nessa perspectiva, não compreendeu totalmente o fenômeno do Rock Brasil em função de suas relações com o modelo tradicional da obra de arte e da indústria cultural, que não prevê a possibilidade de uma arte de massa.