Efetividade e competências de equipes : papel do líder, aprendizagem, ambiente e trabalho

Abstract

A consolidação da utilização de equipes nos ambientes de trabalho tem levado ao consequente aumento de esforços de pesquisadores e gestores para identificar quais aspectos impactam sua efetividade, os processos subjacentes ao seu funcionamento, assim como competências necessárias para atingir as metas estabelecidas. Buscando contribuir para a melhor compreensão desse cenário, este estudo tem como objetivo determinar a pertinência empírica do modelo explicativo proposto, em que as competências das equipes atuam como mediadoras da relação entre os antecedentes: aprendizagem de equipes, competências da liderança e desenho do trabalho, em relação ao desempenho e à satisfação, sendo essa mediação moderada pela segurança psicológica. Para alcançar esse objetivo, planejou-se 4 estudos: (1) Evidências de validade da escala de competências transportáveis em equipes; (2) Limites Teóricos e Empíricos da Segurança Psicológica; (3) Evidências de validade da escala de competências de liderança; e (4) Teste do Modelo proposto no projeto de pesquisa. O primeiro estudo, referente à escala de competências transportáveis, ocorreu com 465 trabalhadores e foram realizadas análises fatoriais exploratória e semiconfirmatória que indicaram a pertinência de se adotar uma solução fatorial que condensa três fatores com excelente confiabilidade interna (Coordenação - α = 0,90; Adaptabilidade - α = 0,90; Comunicação - α = 0,93), além de bons índices de ajuste e resíduos (CFI = 0,99; NNFI = 0,99; RMSEA = 0,02; RMSR = 0,03). Já o segundo estudo, cujo objetivo foi realizar a análise discriminante entre aprendizagem e segurança psicológica, além de adaptar a escala de segurança psicológica para o Brasil teve 412 respondentes, indicando a discriminação dos 2 construtos e a escala de segurança psicológica apresentou evidências de validade, com alfa de 0,89. O terceiro estudo refere-se à verificação de evidencias de validade da escala de Competências de Liderança, que apresentou ótimos índices de ajuste e resíduos para o modelo unifatorial (X2/ df = 0,88; CFI = 1,00; TLI = 1,00; NFI = 0,99; SRMR = 0,03; RMSEA = 0,00). Por fim, o estudo 4 teve como objetivo testar o modelo proposto, apresentando como resultado a mediação de competências de equipes em relação às competências de liderança e satisfação (efeito indireto de 0,12 - 95% BCa CI = 0,02 - 0,26), assim como em relação ao desempenho (efeito indireto de 0,15 - 95% BCa CI = 0,01 - 0,31). Além disso, competências de liderança tiveram um impacto positivo e significativo na efetividade de equipes (desempenho: β = 0,27; p = 0,02; satisfação da equipe: β = 0,54; p = 0,00). Esse conjunto de achados contribui para o campo de equipes com novas medidas que possam colaborar com pesquisas futuras na área de competências em equipes, aprendizagem, segurança psicológica e competências de liderança, assim como de maneira prática com diagnósticos organizacionais mais efetivos.