Somos todas vadias? : articulações e tensões entre raça e classe na Marcha das Vadias no Distrito Federal

Abstract

O objetivo desta dissertação é analisar as tensões e articulações em torno de raça e classe na marcha das vadias no Distrito Federal. Para tanto, utilizarei como base teórica a contribuição das teorias feministas, em particular das autoras feministas negras que discutem a questão das intersecções entre gênero, raça e classe no intuito de compreender como ocorreu o processo de organização da marcha e, deste modo, contribuir para a análise das relações entre mulheres negras e brancas na construção dos movimentos em busca da garantia de direitos para todas as mulheres. A pesquisa se situa no debate acerca dos feminismos dentro das ciências sociais, seus avanços e limitações no que concerne os agentes sociais e ao que se propõe enquanto teoria e prática em nossa sociedade. Partindo de uma perspectiva sobre os movimentos feministas como um fenômeno social com atores sociais distintos que convivem dentro de um mesmo campo político, porém com diferenças sociais marcantes, devido a forma como o sistema de opressões se apresenta para as mulheres que atuam nesse campo, para compreender as tensões e articulações entre mulheres negras e brancas e a crítica às prioridades de luta dos movimentos feministas.