Bem-estar, saúde mental e readaptação funcional : um estudo bioecológico sobre a percepção de gestores da SEEDF

Abstract

O tema do estudo abrangeu questões de bem-estar, saúde mental e readaptação funcional no âmbito da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) e almejou desenvolver um estudo de caso, tendo como principal objetivo: analisar a percepção e as necessidades na formação de gestores da SEEDF sobre bem-estar, saúde mental e readaptação funcional para um acolhimento efetivo aos professores readaptados. Além disso, utilizamos o modelo bioecológico proposto por Urie Bronfenbrenner (1996) como referencial teórico e metodológico para embasar de forma detalhada e contextualizada a pesquisa. Nesse cenário, os dados obtidos no Portal da Transparência do Governo do Distrito Federal (GDF) demonstraram a relevância do estudo ao informar um aumento expressivo no número de professores (as) readaptados (as), entre os anos de 2014 a 2018, que representavam aproximadamente 10% da categoria docente. Com base nesse objetivo geral e como parte dos objetivos específicos, apresentou-se um projeto sobre bem-estar, saúde mental e readaptação funcional para gestores da SEEDF a partir de suas percepções e necessidades formativas. A pesquisa foi de cunho qualitativo e valeu-se de diversos métodos: entrevista semiestruturada, realizada de forma individual com dez (10) gestores e grupo focal com seis (06) gestores. O procedimento de análise das informações foi: análise temática. O estudo pretendeu contribuir tanto com a gestão quanto com o acolhimento ao professor readaptado e sua reintegração ao ambiente democrático nas escolas da SEEDF. Os resultados apontaram que, mesmo com os progressos notáveis nas Políticas Públicas de Qualidade de Vida no Trabalho da SEEDF, carece uma maior divulgação dos programas, projetos e ações em bemestar e saúde mental. Conforme as perspectivas dos participantes do estudo, o bem-estar e a saúde mental estão interligados à qualidade de vida no trabalho, por isso, democratizar o tema e descentralizar as formações torna-se imprescindível. Constatou-se que os gestores possuem lacunas específicas na formação tais como: domínio da legislação para o professor readaptado, gestão de pessoas e mediação de conflitos. Outra demanda identificada foi a implementação de Polos de atendimento nas Coordenações Regionais de Ensino (CREs) voltados para o bem-estar, saúde mental e assistência terapêutica. Ressalta-se que a discussão acerca do tema tratado neste estudo é ampla e não se limita a este estudo específico, sugerese que sejam conduzidas novas pesquisas sobre a temática para que o conhecimento produzido possa ser ampliado e disseminado.