http://repositorio.unb.br/handle/10482/50935
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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IsadoraCostaFernandes_DISSERT.pdf | 1,67 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título: | Sobre a semente/ sobre o desenvolvimento da criança : tradução e estudo a partir da perspectiva de gênero |
Autor(es): | Fernandes, Isadora Costa |
Orientador(es): | Bacelar, Agatha Pitombo |
Assunto: | Phýsis Metáfora Criança |
Data de publicação: | 17-Nov-2024 |
Data de defesa: | 29-Mai-2024 |
Referência: | FERNANDES, Isadora Costa. Sobre a semente/ sobre o desenvolvimento da criança: tradução e estudo a partir da perspectiva de gênero. 2024. 124 f. Dissertação (Mestrado em Metafísica) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024. |
Resumo: | O objetivo deste trabalho é desenvolver uma análise e tradução do tratado hipocrático Sobre a semente/Sobre o desenvolvimento da criança sob a perspectiva de gênero. O primeiro capítulo analisa o par phýsis e nómos argumentando que esses termos não são equivalentes ao par totalizador natureza e cultura. A epistemologia ocidental moderna tende a tirar do seu contexto histórico diferentes fenômenos sociais e universalizá-los a partir de um ideal de história europeia. Sendo natureza e cultura conceitos estruturantes da epistemologia ocidental, esse par é utilizado como um universal comum para diferentes culturas. Especificamente em relação à área dos estudos clássicos, esse par é igualado ao par phýsis e nómos e usado para argumentar a continuidade entre a epistemologia médica moderna e a epistemologia hipocrática. Porém, ao analisar nómos e phýsis dentro do seu contexto, é possível perceber que não há uma equivalência entre natureza e cultura, isto porque as metáforas usadas para descrever natureza e cultura são metáforas de colonização nas quais a relação entre ambas é totalizante, isto é, cultura e natureza são opostos excludentes e a cultura só se relaciona com a natureza ao colonizá-la. Por outro lado, a metáfora de descrição de phýsis e nómos demonstra uma relação não totalizante na qual phýsis interage com nómos e vice e versa em uma relação de interdependência. O uso da metáfora é especialmente relevante para a dissertação porque as metáforas epistemológicas nos permitem enxergar a cosmopercepção de uma sociedade, uma vez que é através da metáfora que entendemos as partes intangíveis da cultura. O capítulo dois se ocupa de explorar os graus de diferença entre o corpo feminino e masculino na cosmopercepção hipocrática. O par feminino-masculino, dentro da epistemologia moderna, também entra na mesma dinâmica descritiva de colonização e totalização que natureza-cultura, uma vez que o feminino, nessa perspectiva, é visto como mais próximo da natureza e primitivo, enquanto o masculino é identificado com a cultura e a racionalidade. Dessa forma, se nómos e phýsis não são equivalentes a natureza-cultura, a percepção do corpo na cosmopercepção hipocrática também é diferente da moderna. A análise feita no capítulo dois de alguns textos do corpus hipocrático mostra que a distinção dos corpos é entendida em um continuum e não de forma excludente. O terceiro capítulo, por sua vez, faz uma análise das metáforas empregadas nas descrições das relações utilizadas entre masculino e feminino pelo autor. O argumento principal é que, no tratado, a relação de poder entre masculino e feminino não são forças absolutas nas quais uma domina a outra totalmente, mas existe flexibilidade na relação e certos graus de interação entre um e outro. Por fim, a tradução do tratado busca refletir essas nuances ao se afastar do linguajar médico moderno e enfatizando as especificidades de diferenciação entre masculino e feminino descritas no texto. |
Abstract: | The aim of this work is to develop an analysis and translation of the Hippocratic treatise on the seed/child development from a gender perspective. The first chapter analyzes the pair phýsis and nómos, arguing that these terms are not equivalent to the totalizing pair nature and culture. Modern Western epistemology tends to take different social phenomena out of their historical context and universalize them based on an ideal of European history. Sincenature and culture are structuring concepts of Western epistemology, this pair is used as a common universal for different cultures. Specifically in the field of classical studies, this pair is paralleled with the pair phýsis and nómos and used to argue the continuity between modern medical epistemology and Hippocratic epistemology. However, by analyzing nómos and phýsis within their context, it is possible to see that there is no equivalence between nature and culture, because the metaphors used to describe nature and culture are colonization metaphors in which the relationship between the two is totalizing, i.e. culture and nature are mutually exclusive opposites, and culture only relates to nature by colonizing it. On the other hand, the metaphor describing phýsis and nómos demonstrates a non-totalizing relationship in which phýsis interacts with nómos and vice versa in a relationship of interdependence. The use of metaphor is especially relevant to this dissertation because epistemological metaphors allow us to see the cosmoperception of a society, since it is through metaphor that we understand the intangible parts of culture. Chapter two explores the degrees of difference between the female and male bodies in the Hippocratic worldview. The female-male pair, within modern epistemology, also enters the same descriptive dynamic of colonization and totalization as nature-culture, since the female, from this perspective, is seen as closer to nature and primitive, while the male is identified with culture and rationality. In this way, if nómos and phýsis are not equivalent to nature and culture, the perception of the body in the Hippocratic cosmoperception is also different from the modern one. The analysis made in chapter two of some texts from the Hippocratic corpus shows that the distinction between bodies is understood on a continuum and not in an exclusive way. The third chapter, in turn, analyzes the metaphors used in the author's descriptions of the relationship between male and female. The main argument is that, in the treatise, the power relationship between male and female is not an absolute force in which one dominates the other completely, but there is flexibility in the relationship and certain degrees of interaction between one and the other. Finally, the translation of the treatise seeks to reflect these nuances by moving away from modern medical language and emphasizing the specificities of differentiation between male and female described in the text. |
Unidade Acadêmica: | Instituto de Ciências Humanas (ICH) |
Informações adicionais: | Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Metafísica, 2024. |
Programa de pós-graduação: | Programa de Pós-Graduação em Metafísica |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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