Mudanças nas produções da subjetividade social da escola em inter-relação com as ações e relações pedagógicas em tempos de pandemia

Abstract

O objetivo central desta tese de doutorado foi compreender as mudanças nas produções subjetivas da subjetividade social da escola em inter-relação com as ações e relações pedagógicas. A pesquisa aconteceu em uma Escola Classe da rede pública de ensino do Distrito Federal, com a participação de professores, direção, equipes, pedagógica e de apoio, e demais funcionários da instituição. Foi orientada pelos pressupostos da Teoria da Subjetividade em uma perspectiva cultural-histórica e pela Epistemologia Qualitativa (EQ) e seus desdobramentos na Metodologia Construtivo-interpretativa, desenvolvidas por Fernando González Rey. Os instrumentos consistiram em recursos para produção das informações como forma de expressão livre dos participantes da pesquisa por meio de dinâmicas conversacionais, observação participante, análise de documentos e gravações, registros fotográficos, diário reflexivo, entrevistas, redação, questionários abertos, roda de conversa e diálogos que foram realizados em momentos informais, presenciais e virtuais. A construção interpretativa desta pesquisa foi estruturada em três eixos principais: (I) O Eixo 1 centrou-se nas diretrizes oficiais estabelecidas para implementação do ensino remoto presencial (ERE) durante a pandemia; o (II) O Eixo 2 seguiu apresentando as ações e relações pedagógicas em inter-relação a subjetividade social da escola no contexto do ERE e da pandemia e o (III) O Eixo 3 deu enfoque às ações e relações pedagógicas em inter-relação com a subjetividade social da escola em um cenário de ensino híbrido/presencial. Na construção interpretativa, identificamos que a subjetividade social da escola passou por diversas flutuações desde a retomada das atividades escolares no ensino remoto e se manifestaram nas relações entre os professores regentes e atuantes em outras funções na escola e foram tensionadas pelo protagonismo de alguns professores e grupos, o que permitiu a fundamentação da tese de que as mudanças nas produções da subjetividade social da escola, inter-relacionadas às ações e relações pedagógicas no contexto pesquisado, ocorreram por meio do empenho, reflexividade e protagonismo dos professores regentes e em outras funções, na condição de agentes e sujeitos. Na dinamicidade das ações e relações pedagógicas desenvolvidas, mudanças importantes relativas a novas concepções, autopercepção e convivência social foram suscitadas a partir das tensões geradas pelo ERE/ pandemia.