Cenários didático-pedagógicos para o ensino de estruturas em cursos de Arquitetura e Urbanismo

Abstract

Utilizando cenários didático-pedagógicos, a tese aborda a relação entre arquitetura e estruturas e a construção de uma identidade docente voltada para o ensino de sistemas estruturais na arquitetura. O objetivo geral é analisar o planejamento do ensino dos componentes curriculares de estruturas em cursos de Arquitetura e Urbanismo, destacando a inadequação do modelo tradicional, que reproduz currículos de engenharia, e propondo abordagens mais integradas e significativas. A problemática central gira em torno da formação dos docentes, geralmente oriundos de cursos de bacharelado, que reproduzem modelos assimilados durante sua formação inicial, sem uma preparação específica para a docência. A hipótese é que essa prática imita modelos desatualizados e desconsidera as novas demandas sociais e tecnológicas da educação superior. A relevância da pesquisa está em fornecer embasamento teórico-prático de natureza didático-pedagógica para a reflexão das práticas docentes, promovendo um ensino mais significativo e próximo da realidade do estudante. A metodologia adotada parte da Teoria Crítica e do método de Análise do Discurso, e inclui pesquisa documental, em especial das normas gerais e específicas que regem o ensino de estruturas nos cursos de Arquitetura, e bibliográfica, além de questionários para docentes. O objetivo desses é identificar as bases didático-pedagógicas aplicadas no ensino de estruturas e sugerir cenários pedagógicos que preencham as lacunas identificadas. No desenvolvimento, a tese detalha a Teoria Crítica e o método de Análise do Discurso, analisa a história da formação dos arquitetos e do ensino de estruturas, examina as influências políticas e históricas nos projetos pedagógicos de cursos de Arquitetura, apresenta dados coletados sobre a formação e prática dos docentes e explora como a teoria da didática pode auxiliar a formação e reflexão dos docentes. Como resultado, o trabalho simula cenários de ensino baseados na teoria da didática e oferece reflexões sobre o uso do planejamento no ensino de arquitetura. Algumas conclusões apresentadas são que o ensino de estruturas ajuda os estudantes de arquitetura a entender a concretização de seus projetos e a refletir sobre a construtibilidade das ideias. Mudanças históricas e políticas, como a Reforma Universitária de 1968, influenciaram negativamente o ensino de arquitetura. A ausência de diretrizes claras para a formação continuada dos professores e a falta de uma política institucional forte são barreiras para uma educação de qualidade, demandando a criação de programas de formação continuada que incentivem a reflexão crítica e forneçam ferramentas pedagógicas cientificamente embasadas. A organização por fases nos projetos pedagógicos auxilia na compreensão da complexidade dos componentes curriculares e promove uma melhor integração interdisciplinar, ao contrário do sistema de matrícula por créditos que fragmenta o ensino. O planejamento docente é fundamental e deve ser baseado em reflexão crítica e teórica, permitindo aos professores intervir efetivamente no curso e promover mudanças significativas. A pesquisa ainda conclui que, para melhorar o ensino de arquitetura e urbanismo, é crucial investir na formação docente contínua, promover a interdisciplinaridade e integrar teoria e prática de maneira significativa.