Campo DC | Valor | Idioma |
dc.contributor.advisor | Silva, Janaína Lima Penalva da | - |
dc.contributor.author | Gardelio, Marina Freire Silvão | - |
dc.date.accessioned | 2024-09-17T20:57:05Z | - |
dc.date.available | 2024-09-17T20:57:05Z | - |
dc.date.issued | 2024-09-17 | - |
dc.date.submitted | 2024-04-26 | - |
dc.identifier.citation | GARDELIO, Marina Freire Silvão. Medicalização como elemento dos dispositivos de racialidade e de gênero na governamentalidade da morte: análise de discursos sobre a distribuição de psicotrópicos em presídios na Bahia. 2024. 163 f., il. Dissertação (Mestrado em Direito) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024. | pt_BR |
dc.identifier.uri | http://repositorio.unb.br/handle/10482/50378 | - |
dc.description | Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, Programa de Pós-Graduação em Direito, 2024. | pt_BR |
dc.description.abstract | Com a proposta de entrecortar a arquitetura prisional em seus ditos e não ditos, formulei a
seguinte pergunta que orienta a pesquisa: quais os dispositivos que se articulam no
gerenciamento das informações de saúde mental da população prisional e na distribuição dos
medicamentos psicoativos no Conjunto Penal Feminino de Salvador-BA, no período de 2018 a
2022, em comparação a outras unidades prisionais da capital baiana? No estudo do tema,
localizei a distribuição de psicoativos na prisão como um dos fios que interliga o continuum de
violência entre a medicina e o direito, os hospícios e as penitenciárias, a loucura e a
criminalização. Entre os séculos XVIII e XX, os discursos da psiquiatria e da criminologia
norteados pela eugenia e pelas práticas higienistas, fundadas no racismo e na discriminação de
gênero, elaboraram o orgânico louco feminino e o negro como louco e criminoso para legitimar
- cientificamente - a manicomialização, o aprisionamento, a medicalização e a morte,
principalmente, de mulheres negras. Com os movimentos antimanicomiais e abolicionistas, o
sofrimento psíquico e os transtornos mentais são apontados como produtos das opressões e
exclusões, em oposição a ideia de uma natureza louca e perigosa; as práticas e intervenções em
psiquiatria, dentre elas, a medicalização, são percebidas como violências que atuam no(a)
sujeito(a) vitimado(a), transformando as questões de ordem social em individual; os locais de
aprisionamento são vistos como espaços de adoecimento mental estruturalmente racistas,
sexistas, colonizadores; e o direito à saúde mental passa a ser pauta de direitos humanos,
cidadania e democracia. Identifiquei que as conquistas e os avanços normativos sobre a saúde
mental nos cárceres, demarcam somente um dever-ser diante da manutenção das lógicas
manicomial e punitiva, o que me fez prosseguir, além do direito, para compreender e contrapor
os dispositivos de saber e poder próprios que se articulam para o adoecimento mental e a morte
das pessoas em situação de cárcere, especialmente, nos presídios femininos. Assim, por meio
por meio do Portal da Transparência do Sistema de Ouvidoria do Estado da Bahia, obtive a
relação de psicotrópicos distribuídos, entre os anos de 2018 e 2022, a algumas das unidades prisionais localizadas em Salvador-BA. Para me debruçar sobre o corpus de pesquisa, elegi a
análise documental, que me possibilitou depurar e organizar o documento. Posteriormente, para
o estudo dos enunciados constantes no material de pesquisa, adotei a técnica de análise de
discursos. Dentre os resultados, verifiquei que há uma maior distribuição de psicoativos para o
cárcere feminino e, em segundo lugar, ao presídio masculino destinado a pessoas presas
provisoriamente. Constatei também que, de forma geral, os ansiolíticos são a classe com maior
circulação, mas cada unidade possui uma classe prevalente própria. Diante destes e de outros
achados, pelas lentes da governamentalidade, aferi que há uma razão de agir na gestão das
informações pelo Estado sobre a saúde mental da população presa e que a medicalização é um
elemento constitutivo dos dispositivos de segurança de racialidade e de gênero, que engendra
mais uma forma de punição e morte nas prisões. | pt_BR |
dc.language.iso | por | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.title | Medicalização como elemento dos dispositivos de racialidade e de gênero na governamentalidade da morte : análise de discursos sobre a distribuição de psicotrópicos em presídios na Bahia | pt_BR |
dc.type | Dissertação | pt_BR |
dc.subject.keyword | Prisões | pt_BR |
dc.subject.keyword | Psicotrópicos | pt_BR |
dc.subject.keyword | Medicalização | pt_BR |
dc.subject.keyword | Saúde mental | pt_BR |
dc.subject.keyword | Bahia (BA) | pt_BR |
dc.subject.keyword | Mulheres encarceradas | pt_BR |
dc.rights.license | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | pt_BR |
dc.description.abstract1 | Bringing the proposal to intersect prison architecture in its “said and unsaid”, I have formulated
the following question that guides the research: which devices are articulated in the
management of mental health information about the prison population and in the distribution
of psychoactive medications in the Women's Penal Complex of Salvador-BA, in the period
from 2018 to 2022, in comparison to other prison units in the capital of Bahia? Studying the
topic, I have identified the use of psychoactive substances in prison as one of the threads that
interconnects the continuum of violence between medicine and law, asylums and penitentiaries,
madness and criminalization. Between the 18th and 20th centuries, the discourses of psychiatry
and criminology, guided by eugenics and hygienist practices, based on racism and gender
discrimination, had elaborated the “organic female madness” and the “black man as madman
and criminal” to legitimize - scientifically - mental asylum, imprisonment, medicalization and
death, mainly of black women. With the anti-asylum and abolitionist movements, psychological
suffering and mental disorders are highlighted as products of oppression and exclusion, as
opposed to the idea of a crazy and dangerous nature; practices and interventions in psychiatry,
including medicalization, are perceived as violence that acts on the victimized subject,
transforming social issues into individual ones; places of imprisonment are seen as structurally
racist, sexist, colonizing spaces of mental illness; and the right to mental health becomes an
issue of human rights, citizenship and democracy. I have identified that the achievements and
normative advances on mental health in prisons demarcate only a “should be” in the face of the
maintenance of asylum and punitive logics, which made me continue, beyond law, to
understand and oppose the devices of knowledge and power that contribute to the mental illness
and death of people in prison, especially in women's prisons. Thus, through the Transparency
Portal of the Ombudsman System of the State of Bahia, I have obtained the list of psychotropic
drugs distributed, between the years 2018 and 2022, to some of the prison units located in
Salvador-BA. To focus on the research corpus, I chose document analysis, which allowed me
to debug and organize the document. Subsequently, to study the statements contained in the
research material, I have adopted the technique of discourse analysis. Among the results, I found that there is a greater distribution of psychoactive substances to the female prison and,
secondly, to the male prison for people temporarily detained. I also found that, in general,
anxiolytics are the class with the greatest circulation, but each unit has its own prevalent class.
In view of these and other findings, through the lens of governmentality, I assessed that there
is a reason to act in the management of information by the State on the mental health of the
prison population and that medicalization is a constitutive element of racial and gender security
devices, which engenders yet another form of punishment and death in prisons. | pt_BR |
dc.description.unidade | Faculdade de Direito (FD) | pt_BR |
dc.description.ppg | Programa de Pós-Graduação em Direito | pt_BR |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado
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