Polycyclic aromatic hydrocarbons in firefighters : attitudes, deposition and decontamination of proximity firefighting protective clothing

Abstract

A presença de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) nos equipamentos de proteção individual dos bombeiros é preocupante. HPAs são compostos que possuem dois ou mais anéis aromáticos condensados e são considerados cancerígenos, mutagênicos e teratogênicos. Diversos estudos têm demonstrado que a exposição ocupacional desses profissionais a compostos tóxicos aumenta o risco de desenvolver câncer e outras doenças. Alguns hábitos, como armazenamento adequado, método de lavagem e frequência de lavagem, podem reduzir esse risco. Pensando nisso, desenvolvemos um formulário para avaliar atitudes e práticas de trabalho dos bombeiros do Distrito Federal e de Pernambuco em relação à presença desses poluentes em equipamentos de proteção individual. Os resultados mostram um bom nível de conscientização dos bombeiros em relação às atitudes de saúde, mas, por outro lado, foi evidenciada a falta de estrutura dentro dos corpos de bombeiros, dificultando a adoção de bons hábitos que pudessem reduzir a exposição a compostos cancerígenos. Além disso, também avaliamos a presença de HPAs depositados nos equipamentos de proteção individual dos bombeiros durante o exercício de treinamento. As amostras foram coletadas após exercício de treinamento de combate a incêndio e as análises foram feitas por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. Foram pesquisados um conjunto de 16 HPAs e encontrados 8 em amostras coletadas em diversos pontos dos equipamentos de proteção dos bombeiros. A maior concentração e variedade de poluentes foi encontrada em um instrutor, muito provavelmente pela maior frequência de exposição em relação aos bombeiros que realizam combates pontuais. Finalmente, avaliamos alguns métodos para descontaminar os trajes de combate a incêndio dos bombeiros. Foram avaliadas a fotólise com lâmpada ultravioleta e branca, bem como a adição de um agente oxidante (H2O2) para oxidar duas sondas de HPAs. Em relação às fibras, os danos foram verificados por microscopia eletrônica de varredura, microscopia óptica e espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier de reflexão total atenuada. Além disso, foi realizado um teste de resistência ao rasgo (ASTM D2261) no tecido da camada externa da jaqueta. O melhor resultado foi obtido utilizando a fotólise com lâmpada branca (WLP), quando foi possível remover mais de 83% do pireno e 9-metilantraceno previamente depositados. O WLP foi comparado com as técnicas mais utilizadas (lavagem em máquina de lavar e escovação com água e sabão) e apresentou melhores resultados. Com isso, foi possível desenvolver um método de descontaminação simples e barato baseado em fotólise, que seja eficaz na degradação de PAHs, além de manter a integridade das fibras Kevlar® e Nomex®.