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Título: Ser mulher com HIV: preditores da adesão ao tratamento antirretroviral em relação ao distress, estigma e percepção de doença
Autor(es): Barros, Sílvia Furtado de
Orientador(es): Seidl, Eliane Maria Fleury
Assunto: AIDS (Doença)
HIV (Vírus)
Mulheres
AIDS (Doença) - tratamento
Data de publicação: 1-Ago-2024
Referência: BARROS, Sílvia Furtado de. Ser mulher com HIV: preditores da adesão ao tratamento antirretroviral em relação ao distress, estigma e percepção de doença. 2023. 128 f., il. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica e Cultura) — Universidade de Brasília, Brasília, 2023.
Resumo: A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é considerada uma condição crônica e com a universalidade no acesso à terapia antirretroviral (TARV) no Brasil, a maior ameaça à saúde das pessoas que vivem com HIV (PVHIV) é o agravamento da doença e o desenvolvimento de resistência viral. A adesão é considerada fator decisivo na resposta terapêutica e um dos principais desafios no cuidado das PVHIV. No caso de mulheres com HIV, a adesão pode ser fortemente prejudicada em decorrência do preconceito e do silenciamento resultante da sociedade marcada pelo machismo, que dificulta o exercício da autonomia feminina sobre o próprio corpo e, consequentemente, seu autocuidado em relação ao HIV. Essa dissertação é composta por dois estudos. O primeiro é uma revisão sistemática da literatura, visando analisar associações entre estigma vivenciado por mulheres e adesão ao tratamento antirretroviral, por meio de artigos empíricos, revisados por pares, publicados de 2018 a 2023, nas bases Scopus, Scientific Electronic Library Online (SciELO) e PsycInfo. Foram identificados 179 artigos, dos quais 35 atenderam aos critérios de elegibilidade. Os resultados mostraram que o estigma relacionado ao HIV tem vários impactos na vida de mulheres soropositivas, afetando a saúde mental, qualidade de vida e, consequentemente, a adesão ao tratamento. A realização de aconselhamento, psicoeducação e práticas de educação em saúde, além do vínculo profissional-paciente, são aspectos que minimizam os efeitos negativos do estigma sobre a adesão ao tratamento. O segundo estudo, o principal, teve como objetivo identificar preditores da adesão ao tratamento antirretroviral em relação à saúde mental, percepção de doença e de estigma em mulheres vivendo com HIV no Distrito Federal. Trata-se de estudo com delineamento transversal, quantitativo, com coleta de dados online, que pesquisou 108 mulheres com HIV que faziam acompanhamento em serviços públicos de saúde do Distrito Federal. Foram utilizados questionários sociodemográfico e médico-clínico, além dos instrumentos Questionário para Avaliação da Adesão ao Tratamento Antirretroviral (CEAT-VIH), Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS), Questionário de Percepção de Doenças Versão Breve e Escala Autoestigma Relacionado ao HIV. A média de idade foi de 45,9 anos, 62,1% se autodeclarou parda e preta, com renda inferior a dois salários mínimos, estava em um relacionamento amoroso e residia no DF. Grande parte (83,3%) apresentava carga viral indetectável. Após análises preliminares e bivariadas, níveis de adesão foram associados significativamente com a variável renda familiar (U=1011,0; p=0,01). Na análise de correlação de Spearman, as associações foram significativas, negativas e fracas da variável adesão ao tratamento, com distress, autoestigma e percepção de doença. Na análise de regressão múltipla (método forward), a variável que mais fortemente impactou os níveis de adesão foi o distress, explicando 20,8% da variância da adesão, seguida de percepção de doença que explicou 4,9%. As variáveis renda familiar e autoestigma não entraram no modelo final. Em síntese, a presença de distress e a percepção ameaçadora da condição de soropositividade permitem prever piores níveis de adesão, segundo os resultados do presente estudo. A pesquisa contribuiu para a compreensão dos desafios e barreiras enfrentados por mulheres que vivem com HIV e ressaltou a urgência no desenvolvimento de estratégias de intervenção psicológica que considerem as especificidades de gênero, a saúde mental e a aceitação do diagnóstico.
Abstract: Infection with the human immunodeficiency virus (HIV) is considered a chronic condition, and with universal access to antiretroviral therapy (ART) in Brazil, the greatest threat to the health of people living with HIV (PLHIV) is the worsening of the disease and the development of viral resistance. Adherence is considered a decisive factor in therapeutic response and one of the main challenges in the care of PLHIV. In the case of women with HIV, adherence can be strongly hindered due to prejudice and silencing resulting from a society marked by sexism, which complicates the exercise of female autonomy over their own bodies and, consequently, their self-care regarding HIV. This dissertation consists of two studies, with the first being a systematic literature review aiming to analyze associations between stigma experienced by women and adherence to antiretroviral treatment through empirical articles peer-reviewed and published from 2018 to 2023, in the Scopus, Scientific Electronic Library Online (SciELO), and PsycInfo databases. A total of 179 articles were identified, of which 35 met the eligibility criteria. The results showed that HIV-related stigma has various impacts on the lives of seropositive women, affecting mental health, quality of life, and consequently, adherence to antiretroviral treatment. Counseling, health education practices, and the professional-patient bond are aspects that minimize the negative effects of stigma on treatment adherence. The second, the main study, aimed to identify predictors of adherence to antiretroviral treatment regarding mental health, illness perception, and stigma in women living with HIV in the Federal District. It is a cross-sectional, quantitative study with online data collection, involving 108 HIV-positive women receiving care in public health services in the Federal District. Sociodemographic and medical-clinical questionnaires were used, along with the Adherence to Antiretroviral Treatment Assessment Questionnaire (CEAT-VIH), Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), Brief Illness Perception Questionnaire, and HIV-related Self-stigma Scale. The average age was 45 years, 62.1% self-identified as brown and black, with income below two minimum wages, in a relationship, and residing in the Federal District. A large proportion (83.3%) had undetectable viral load. After preliminary and bivariate analyses, adherence levels were significantly associated with the family income variable (U=1011.0; p=0.01). In Spearman correlation analysis, there were significant, negative, and weak correlations between adherence, distress, self-stigma, and illness perception. In multiple regression analysis (forward method), distress was the variable that most strongly impacted adherence levels, explaining 20.8% of the variance in adherence, followed by illness perception, which explained 4.9%. Family income and self-stigma variables did not enter the final model. In summary, the presence of distress and the threatening perception of seropositivity predict poorer adherence levels, according to the results of this study. The research contributed to understanding the challenges and barriers faced by women living with HIV and emphasized the urgency of developing psychological intervention strategies that consider gender specificities, mental health, and acceptance of the diagnosis.
Unidade Acadêmica: Instituto de Psicologia (IP) Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL)
Informações adicionais: Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2023.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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