Projetos na educação infantil: desafios, práticas e proposições de uma pedagogia

Abstract

Com um levantamento em plataformas/bases de trabalhos científicos, é possível localizar que a prática pedagógica, que toma o uso de projetos na primeira etapa da Educação Básica, tem estado na pauta dos estudos nas últimas duas décadas com maior recorrência. A constatação de um debate científico não exclui a pertinência de uma observância, no ‘chão da pré-escola’, de como os projetos têm sido considerados e efetivados. Nesse sentido, esta dissertação tem como objetivo geral compreender o uso que tem sido feito de projetos na Educação Infantil e suas concepções e práticas, por meio de ações evidenciadas em um Centro de Educação Infantil (CEI), da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF). Para tanto, o caminho se divide em três intenções específicas, que buscam identificar o que se caracteriza como projetos na Educação Infantil, a partir de uma perspectiva da Pedagogia da Infância, perpassando pelas orientações sobre o trabalho com projetos, que a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) tem direcionado às unidades de Educação Infantil e finalizando com a análise dos relatos de docentes da primeira etapa sobre a sua prática com projetos com as crianças. A metodologia utilizada é a pesquisa qualitativa, tendo como pressupostos a investigação praxeológica (Formosinho, 2016). Os sujeitos envolvidos são as professoras, a coordenadora e a diretora do CEI. Os procedimentos para a realização da pesquisa foram: levantamento bibliográfico e documental, entrevista semiestruturada com as participantes, rodas de conversa e observação participante com gravação de voz e registro em diário de campo. Percebeu-se que, desde quando se indica um tema para um projeto até o momento em que é formulado, pensado e, por fim, como é efetivado com as crianças, a sua construção atravessa um processo complexo de entendimentos diversificados, múltiplos, que interfere na formação docente e na coordenação pedagógica. Embora haja um entendimento de que as crianças devem ser partícipes no processo de construção de um projeto, na prática, há desafios para que a efetiva escuta e a participação das crianças se realizem.