Visualidades insurgentes, mulheres e ações estético-políticas em protestos

Abstract

Propõe-se analisar as visualidades em protestos e marchas protagonizados por mulheres. Especificamente, o estudo se concentra na análise das formas visuais criadas por mulheres para sua participação em eventos públicos de protesto, com foco em Brasília e Santiago do Chile, entre os anos de 2019 a 2023. A análise das visualidades desses eventos considerou cada uma delas como partes integrantes de um sistema maior, revelando elementos do cotidiano dos protestos e a forma como se integram com o contexto e a história social subjacente. O conjunto de fotografias resultante da pesquisa de campo foi organizado para estabelecer relações entre as imagens, formando itinerários que permitiram elaborar uma narrativa sobre as visualidades nos protestos protagonizados por mulheres. Este texto explora a montagem (Warburg, Benjamin, Didi-Huberman) como uma ferramenta tanto para organizar o arquivo visual quanto para promover uma reflexão construtiva e crítica sobre o tema. Ao organizar esses entendimentos, as visualidades das manifestações demonstraram trocas simbólicas entre comunidades e a identificação das "forças" que não só moldam os eventos, mas também refletem as formas pelas quais se insurge. Essas análises revelaram o uso de formas visuais antigas que foram atualizadas, receberam incrementos, destacando as complexidades temporais e as diferentes concepções de liberdade presentes nas manifestações, combinando referências do passado com uma linguagem contemporânea.