Do cooperativismo de plataforma aos coletivos de solidariedade : quilombismo e resistência na sociedade digital

Abstract

Esta pesquisa se propôs a examinar os limites e as possibilidades para os coletivos de solidariedade formados por trabalhadoras e por trabalhadores no contexto do trabalho mediado por plataformas digitais, a partir da perspectiva do trabalho e dos direitos sociais. A investigação comprometeu-se com o objetivo de exibir um panorama coletivos de solidariedade no Brasil, por meio da apresentação de algumas experiências desses coletivos, a partir de lentes interseccionais, decoloniais e contracoloniais. Ao apresentar os principais aspectos de um tema complexo, o propósito é ponderar a respeito dos coletivos de solidariedade como uma alternativa ao capitalismo de plataforma, em face de suas contradições e de seus obstáculos. Como método de investigação, além da pesquisa bibliográfica, utilizou-se a pesquisa de fontes primárias, por meio das falas de membros dos coletivos de solidariedade estudados em três eventos distintos nos quais debateram o tema. Desse modo, essa investigação se propôs a compreender o que se pode considerar como coletivos de solidariedade formados por trabalhadoras e por trabalhadores; compreender como esses coletivos de solidariedade se relacionam com a economia solidária e com o cooperativismo; confrontar tais experiências com a construção política dos quilombos como essência do cooperativismo amefricano, partindo de um ponto de inflexão epistemológico; compreender, à luz das experiências concretas analisadas, os limites da regulação incidente sobre o cooperativismo; analisar, de acordo com os dados coletados, as principais potencialidades, bem como os principais desafios enfrentados pelos coletivos de solidariedade formados pelas trabalhadoras e pelos trabalhadores.