Fatores fisiológicos e genéticos na tolerância ao calor em animais de produção

Abstract

A produção animal passará por novos desafios impostos pela escassez de recursos em função das mudanças climáticas, gerando consequências negativas na saúde e no bemestar dos animais. Dentre as mudanças esperadas estão a elevação de temperaturas, alteração no nível do mar e no regime de precipitação, podendo causar secas prolongadas, aumentando a incidência de eventos extremos, como inundações e geadas, interrupção do abastecimento de alimentos, surtos de doenças, entre outros. Assim, a gestão dos sistemas agrícolas e dos recursos naturais precisa ser melhor planejada de forma a garantir que as comunidades e práticas agrícolas sejam suficientemente resilientes e sustentáveis para lidar com os impactos das mudanças climáticas. Nos últimos anos tem-se observado uma maior intensidade de seleção para aumentar a produtividade com o uso de técnicas de melhoramento animal e tecnologias reprodutivas, tendo como consequência a redução na resistência a doenças, bem como na tolerância a novas condições ambientais e consequente diminuição da adaptabilidade. Nesse sentido, o presente trabalho buscou analisar fatores que afetam a adaptação de recurso genéticos animais às condições ambientais por meio de metodologias bibliométricas, análises de dados e análises estatísticas com objetivo de evidenciar as relações entre as condições climáticas, fisiologia e termorregulação em ruminantes e os limites fisiológicos de conforto térmico. O mapeamento bibliográfico mostrou que Estados Unidos, Reino Unido e China se destacam na produção cientifica sobre ‘Mudança Climática’ e ‘Recursos Genéticos Animais’, porém países como Brasil, Australia, França, Canadá e Alemanha têm sido citados cada vez mais, demonstrando uma importância desses países no cenário da publicação mundial. A China tem se destacado nos últimos anos tanto no número de produção cientifica, como no reconhecimento dos seus pesquisadores. As análises de caminhos e a regressão logística se mostraram técnicas de análise estatística eficientes para avaliar o comportamento de várias raças submetidas a situações de estresse térmico. Raças bovinas naturalizadas, como Junqueira e Indubrasil, apresentaram boa adaptabilidade às condições climáticas tropicais. A raça de ovinos Morada Nova teve os melhores resultados de frequência respiratória e temperatura retal, demonstrando sua rusticidade. A análise broken lines, por sua vez, traz pontos de inflexão que mostram os momentos em que os animais apresentam uma mudança na resposta fisiológica na tentativa de compensar o aumento da temperatura ambiental. Os animais da raça Nelore mostraram maior tolerância ao estresse térmico quando comparados aos demais. O objetivo deste trabalho foi alcançando com sucesso uma vez que foram gerados resultados concretos e confiáveis no estudo da fisiologia dos animais de produção frente ao estresse térmico utilizando ferramentas pouco comuns.