Fatores metabólicos e genéticos associados a hipertensão arterial sistêmica em idosos

Abstract

Introdução: Conhecer os fatores metabólicos e genéticos relacionados à hipertensão arterial sistêmica nos idosos é de grande relevância por ter o intuito de minimizar as ocorrências de agravos relacionados às doenças cardiovasculares. Objetivo: Avaliar os fatores metabólicos e genéticos em idosos atendidos na atenção primária à saúde de acordo com a presença ou não da hipertensão arterial sistêmica. Metodologia: Estudo caso-controle realizado com 140 idosos, sendo 80 hipertensos e 60 controles. A coleta de dados ocorreu na Unidade Básica de Saúde e na Faculdade de Ceilândia. Foi aplicado um instrumento estruturado, aferição da pressão arterial, coleta do sangue, avaliação antropométrica e exame de Absorciometria de Raios X de Dupla Energia. O diagnóstico de síndrome metabólica foi verificado pelos critérios da National Cholesterol Education Program/ Adult Treatment Panel – III e o risco cardiovascular pelo Escore de Risco de Framingham. A genotipagem do polimorfismo de inserção e deleção da enzima conversora de angiotensina foi realizada por reação em cadeia da polimerase. Os dados foram analisados por meio de análise estatística descritiva com cálculo de frequências simples, relativas, médias e desvio padrão; o nível de significância considerado foi de 5%. A comparação das médias foi realizada pelo teste t e pela ANOVA, seguida pelo teste post hoc de Bonferroni. Foi realizado o teste do Qui-Quadrado e a estimativa do Odds Ratio das frequências genotípicas, com intervalo de confiança de 95%. Também foi realizada análise de regressão logística. Resultados: A idade avançada, aposentadoria e número de medicamentos foram associados à hipertensão arterial sistêmica e os hipertensos apresentaram piores resultados de percentual de gordura corporal, índice de massa corporal, hemoglobina glicada e lipoproteína de alta densidade do que os controles. As prevalências de excesso de peso (75,0%) e da síndrome metabólica (67,9%) foram maiores nos hipertensos do que nos controles. A maioria dos idosos (45,0%) foi classificada com moderado risco cardiovascular, sendo que os controles apresentaram uma maior prevalência de baixo risco ao compará-los com os hipertensos (p=0,027). A pontuação do Escore de Risco de Framingham foi mais alta nos hipertensos (p=0,019). Nos hipertensos o genótipo DI foi mais prevalente (56,2%). Nos controles prevaleceu o DD (66,6%) (p<0,000). Os portadores do genótipo DI demonstraram um risco 2,77 (p=0,004) e os genótipos DD + DI 4,15 vezes (p=0,000) mais chances de apresentarem hipertensão arterial sistêmica. Após regressão, a síndrome metabólica aumentou em 6,17 e o alelo D em 3,60 vezes as chances dos idosos de desenvolverem hipertensão arterial sistêmica. Conclusões: os fatores associados à hipertensão arterial sistêmica em idosos foram a síndrome metabólica e a presença do alelo D. A síndrome metabólica é um fator de risco que pode ser modificável e prevenível. O conhecimento do fator genético é importante para a comunidade científica.