Práticas que incluem : o lugar das crianças com Síndrome de Down no cotidiano da Educação Infantil no Distrito Federal (2022-2023)

Abstract

Esta dissertação analisa o lugar das crianças Down nas práticas docentes da Educação Infantil. É pertinente frisar que é um momento em que a inclusão escolar está posta e que a diferenciação impera nas práticas docentes ao que se denomina diferença. Com esse entendimento, construiuse a questão que deu origem a este estudo: qual o lugar das crianças Down nas práticas docentes da Educação Infantil? Para sustentar as discussões, considera-se o paradigma educação para todos, a Sociologia da Infância e a Pedagogia da Diferença. A pesquisa foi realizada em dois Centros de Educação Infantil, em Brasília, Distrito Federal. O objetivo geral foi analisar o lugar das crianças Down nas práticas docentes na Educação Infantil em instituições da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Quanto ao caminho metodológico, a pesquisa teve abordagem qualitativa, classificada enquanto aplicada e, quantos aos objetivos, explicativa. A natureza da pesquisa foi bibliográfica, documental e de campo, com uso da observação livre - cujos sujeitos correspondem a duas professores, trinta crianças, sendo duas Down -, de questionário, este, por sua vez, realizado com nove professoras e de fotografias das práticas docentes. A análise foi realizada ancorada no método análise de conteúdo categorial. As categorias advindas dos dados criadas a priori foram o paradigma educação para todos, a Pedagogia da Diferença e os estudos sociais da infância. Quanto aos resultados, a pesquisa bibliográfica e documental revelam: a criança Down tem especificidades e outros tempos de aprendizagem. As práticas docentes precisam salvaguardar o lugar importante socialmente construído e que a criança tem um lugar importante, incabível em perfis esperados, determinismos e normalizações culturais. Os resultados dos dados empíricos revelam ainda o lugar da criança Down: inclusão que exclui e diferença; apontam e reforçam desafios da diferença e a necessidade de formação continuada, levando a criação de um Dossiê. Conclui-se que práticas docentes alinhadas com a Pedagogia da Infância atenta às diferenças contribuem para a inclusão irrestrita.