O caminho se faz ao caminhar : subjetividade docente e desafios da implementação da BNCC-EI

Abstract

Esta pesquisa tem como objetivo compreender as constituições subjetivas de docência de professoras da Educação Infantil e suas transformações no decorrer da trajetória profissional frente aos novos desafios propostos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018). Propôs- se a investigar de que formas as concepções do novo documento normativo suscitam a produção da prática docente, influenciam e contribuem na transformação ou na continuidade de concepções de criança e de infâncias, assim como as representações sobre o protagonismo dos estudantes em articulação com atividades que garantam os direitos de aprendizagem propostos. Este estudo e suas considerações teóricas fundamentaram-se na articulação das perspectivas da Teoria da Subjetividade, elaborada por González Rey. A pesquisa teve como inspiração epistemológica e metodológica a abordagem da Epistemologia Qualitativa de González Rey, que considera o conhecimento científico em seu caráter processual e desenvolvido em articulação com modelo o teórico. Esta proposta metodológica pressupôs o engajamento ativo da pesquisadora, a partir de um processo construtivo interpretativo com base em indicadores e hipóteses formuladas no decorrer da pesquisa. O trabalho de campo foi realizado em uma escola de Educação Infantil de Brasília, com três professoras com reconhecida experiência docente. A partir daí, observou-se e interpretou-se como o processo de constituição subjetiva do docente se integram na articulação da subjetividade individual e da subjetividade social, da experiência profissional e da história de vida destas professoras. No processo da construção do cenário social da pesquisa a pesquisadora aproveitou seu contexto de trabalho e a pesquisa se baseou em procedimentos como entrevistas individuais, discussões em grupo, dinâmicas conversacionais, complemento de frases, observação participante e produção de textos. A pesquisa se desdobrou como reflexão contínua, estimulou o protagonismo docente no desenvolvimento da sua prática pedagógica e formação teórica e colocou em discussão a importância significativa de como as educadoras pensam, vivem e sentem a docência.