Interseccionalidade : polifonia entre intelectuais negras

Abstract

O presente artigo tem por objetivo apresentar o conceito de interseccionalidade, tal qual ele foi cunhado por Kimberlé Crenshaw (1989, 1991, 2002), bem como discutir as potencialidades e limites desse conceito a partir da crítica realizada por outras intelectuais negras, tais quais Ochy Curiel (2017), Oyèronké Oyéwúmi (1997), Angela Davis (2018) e Patricia Hill Collins (2017). A crítica apresentada parte de uma perspectiva negra e decolonial, situada no Sul Global. Essa crítica não busca encerrar o debate de forma definitiva sobre a utilidade e a necessidade do conceito de interseccionalidade nas lutas por justiça social, mas, ao contrário, contribuir para a construção de conhecimento crítico, que auxilie na construção de práticas emancipatórias, as quais não invisibilizem, neguem ou silenciem o protagonismo de mulheres negras.