Vivencias educativas dos movimentos sociais do campo por conquistas e direitos : o grito e a força das “Margaridas”

Abstract

Esta pesquisa objetivou compreender, descrever e discutir o processo social de lutas desenvolvido pelos movimentos sociais rurais no Brasil como uma vivência educativa, com pedagogias desenvolvidas pelos próprios atores sociais, elaboradas e organizadas a partir de Suas realidades, onde as meios de organização de homens e mulheres do campo considera seu processo histórico e cultural de desenvolvimento e que, a partir da sua complexa realidade, de um contexto social marcado por desigualdades e violência, desenvolveram a capacidade de planejar, criar e ousar para romper com o isolamento e a invisibilidade dada tradicionalmente pelo Estado brasileiro e pelas oligarquias rurais, em busca de conquistas e direitos.

Para demonstrar esta tese, realizamos um processo detalhado de busca de informações a partir: dos registros históricos da organização das pautas de reivindicação do movimento sindical rural manifestado pelo Grito da Terra Brasil, da organização social das mulheres rurais na Marcha das Margaridas, do resgate dos documentos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (CONDRAF), de entrevistas e da sistematização de informações sobre políticas públicas, em especial atenção, à Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural.

Apoiando-se na teoria histórico-cultural, para descrever e demonstrar esta tese, não haveria outro caminho metodológico a ser adotado que não estivesse amparado no materialismo histórico-dialético, porque estudamos uma realidade em movimento, em meio a contradições inerentes ao processo histórico, ao contexto político e as expectativas presentes nos movimentos sociais, em um período da história em que foram possíveis o diálogo e a negociação institucionalizados com o poder público, para a promoção de conquistas de políticas públicas e de direitos.