Morfologia, ultraestrutura da cutícula, padrão de esterase, histopatologia e ecologia de Atalodera Gibbosa N. SP. (Tylenchoidea: heteroderinae), fitonematoide encontrado no cerrado virgem do Brasil Central

Abstract

Neste trabalho foram caracterizadas a morfologia, a ultraestrutura da cutícula., o padrão de esterase, a histopatologia e a ecologia de Atalodera gibbosa n. sp nematóide da subfamllia Heteroderinae parasita de Trachypogon s., uma gramínea nativa do cerrado virgem do Brasil central. As principais características morfológicas desta espécie sãos Fêmea comprimento médio do estilete 39 um; cone vulval, se presente, terminal ou sub terminal distância média do ânus A vulva 35, 5 um comprimento médio da fenda vulval 53, 5 um. Macho - comprimento médio do estilete 38, 7 uns anéis cefálicos com es 1 rias longitudinais e transversais; campo lateral com quatro incisuras; cauda curta ou ausento? com cone cloacal comprimento médio do espíoulo 39,2 um. Juvenis de segundo estádio padrão facial do formato oblongo ou hexagonal sem disco labial, com lábios laterais definidos e submedianos fundidos; comprimento médio do estilete 34,8 um glândulas esofageanas ocupando toda a cavidade do corpo; campo lateral com três incisuras, sendo as externas descontínuas ao longo do corpo do nematóide. A variação no perfil da região vulval (da ausência de protuberância ao cone vulval típico), assim como a ocorrência de ovos e juvenis de segundo estádio eclodidos no interior das fêmeas de A. gibbosa n.sp. permitiram a sintonização e Thecavermiculatus Robbins, 1978 com Atalodera Wouts &. Slier 1971 alterando a diagnose deste último. Estudou-se a ultraestrutura da cutícula de Juvenis de segundo e terceiro/quarto estádios machos, fêmeas jovens e maduras. Além das camadas da cutícula já descritas em outros heteroderídeos, os juvenis de segundo estádio apresentam a camada A inédita neste grupo. A cutícula de juvenis de terceiro/quarto estádio e fêmeas jovens têm organização semelhante, incluindo uma camada D Fêmeas maduras apresentam ainda uma camada, também inédita nesta família. A cutícula de A. gibbosa n. sp. apresenta estruturação complexa e distinta das demais espécies deste gênero. 0 padrão de esterase foi testado para caracterização complementar de A, gibbosa n.sp., utilizando - se como padrões de referência as espécies Meloidogyne javanica e H. incognita. Os resultados foram constantes e sugerem a possibilidade de utilização dos padrões isoenzimáticos para caracterização de gêneros e espécies de heteroderlneos não formadores de cistos. Estudou-se a histopatologia de A. gibbosa n.sp. em seu hospedeiro natural., Trachypogon sp. 0 ganho de volume do corpo, a penetração do pescoço no cilindro central e o estabelecimento do sitio de alimentação provocam reações nas células e tecidos ao redor. 0 sitio de alimentação é composto de uma célula parenquimática hipertrofiada distinta dos sincicios induzidos pelas espécies de Atalodera já estudadas. Estudou-se a influência das estações seca e chuvosa sobre a flutuação populacional no solo e o ciclo reprodutivo de A. gibbosa n.sp. Observou-se estreita correlação entre a umidade do solo, o número de ovos indiferenciados e diferenciados em juvenis no interior das fêmeas e o número de juvenis de segundo estádio no solo.