Livrarias e livreiros na Ditadura Militar brasileira (1964-1985)

Abstract

Esta tese apresenta o percurso de seis livrarias, e seus respectivos livreiros, que foram marcadas pela ditadura militar brasileira (1964-1985), cada uma a seu modo e dentro de um contexto político local. A partir da teoria dos polissistemas, do sociólogo Itamar Even-Zohar – que pensa o sistema como dinâmico e heterogêneo em oposição a uma abordagem sincronística – discutese a relevância do espaço da livraria e da figura do livreiro para o movimento cultural de resistência e enfrentamento ao regime ditatorial que vigorou por 21 anos no Brasil. As livrarias foram escolhidas, entre outros critérios, por regiões do país, a fim de buscar apresentar uma pluralidade; e a divisão delas nos capítulos foi pensada a partir do tempo em que elas se mantiveram em funcionamento. São elas: Anita Garibaldi, de Florianópolis (SC), e a Encontro, de Brasília (DF); Bazar Oió, de Goiânia (GO), e a Livro 7, do Recife (PE); a Jinkings, de Belém (PA), e Palmarinca, de Porto Alegre (RS). Foi possível perceber que há gradações dentro do que se pode entender como uma livraria/um livreiro de resistência e que esse entendimento se dá, prioritariamente, por parte dos frequentadores e não de seus proprietários.