Campo DC | Valor | Idioma |
dc.contributor.advisor | Mertens, Frédéric Adelin Georges | - |
dc.contributor.author | Kasanoski, Daniesse Sannara | - |
dc.date.accessioned | 2022-09-20T22:11:15Z | - |
dc.date.available | 2022-09-20T22:11:15Z | - |
dc.date.issued | 2022-09-20 | - |
dc.date.submitted | 2022-07-12 | - |
dc.identifier.citation | KASANOSKI, Daniesse Sannara. Dilema dos comuns transfronteiriços: a gestão da pesca de caranguejo-uçá em reservas extrativistas marinhas da Amazônia. 2022. 163 f., il. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022. | pt_BR |
dc.identifier.uri | https://repositorio.unb.br/handle/10482/44860 | - |
dc.description | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável, 2022. | pt_BR |
dc.description.abstract | A dimensão espacial é uma dimensão onipresente em todos os sistemas socioecológicos, no
entanto, ela não é muito explicitada na literatura sobre os comuns, e quando é, quase não é tratada
como um objeto de análise em si. Nesta tese, analisamos a cogestão da pesca de caranguejo-uçá
realizada nos manguezais da zona costeira amazônica, no Pará – Brasil, considerando a dimensão
espacial das práticas de pesca e sua congruência (ou incongruência) com os limites definidos pelo
estado, por meio da criação das Reservas Extrativistas Marinhas. Escolhemos esta região por ser
a maior faixa contínua de florestas de manguezais do mundo, o que tem levado a criar Reservas
Extrativista Marinhas (RESEX) para conciliar proteção ambiental e uso pela população local para
sua subsistência e geração de renda.
A tese está organizada em torno de três questões centrais:
1) Quais são os fatores que influenciam a forma com que as comunidades de pescadores de
caranguejo-uçá utilizam o espaço?
2) Os limites espaciais formais, provenientes da criação das Reservas Extrativistas Marinhas
(RESEX) são congruentes ou não com o uso costumeiro?
3) Como a organização do espaço e dos usuários do recurso, influenciam nos níveis de biomassa
de um recurso com características espaciais de um recurso comum transfronteiriço?
Os dados coletados no decorrer desta pesquisa foram obtidos combinando métodos qualitativos e
quantitativos durante um trabalho de campo desenvolvido entre setembro de 2019 e janeiro de
2020 e os principais resultados encontram-se na forma de artigos científicos.
No artigo 1, “Onde vamos pescar hoje? uso dos manguezais e fatores que influenciam as decisões
dos pescadores de caranguejo-uçá sobre as escolhas dos locais de pesca”, concentramo-nos na
compreensão do uso do espaço pelas comunidades de pescadores de caranguejo-uçá e os fatores
a ele associados e mostramos que existe um padrão espacial no uso dos manguezais pelos
pescadores de caranguejo-uçá que são explicados por fatores econômicos, sociais, tecnológicos e
culturais.
No artigo 2, “Os bens comuns costeiros transfronteiriços: o caso da pesca do caranguejo (Ucides
cordatus) e das Reservas Extrativistas Marinhas nos manguezais da Amazônia brasileira”,
analisamos as instituições formais e informais que regulam o uso do espaço e do recurso para
compreender se os limites espaciais formais das RESEX estavam congruentes ou não com o uso
costumeiro das comunidades e mostramos que existem incongruências entre os limites espaciais
formais, provenientes das RESEX, e os limites informais estabelecidos com o uso costumeiro.
No artigo 3 – “Limites espaciais entre áreas de uso e comunicação entre os usuários do
recurso melhoram a gestão dos comuns? cenários a partir de um modelo baseado em
agentes aplicado a pesca de caranguejos”, construímos um modelo baseado em agentes
para simular cenários com diferentes configurações socioespaciais e testamos os efeitos
das diferentes configurações nos níveis de biomassa de um recurso ecológico com
características espaciais de um comum transfronteiriço e mostramos que num cenário
onde há comunicação sobre os locais de pesca, e em que o espaço de uso do recurso é
repartido entre as comunidades, os níveis de biomassa do recurso diminuíram de forma
mais rápida.
As contribuições de cada artigo articulam-se entre si e trazem insights para a gestão de áreas
marinhas protegidas. É recomendável uma melhor distinção entre o que é considerado invasão, e
o que é considerado uso costumeiro; os objetivos das Reservas Extrativistas Marinhas, enquanto
instituição de ordenamento de uso do espaço e de seus recursos parece que não surtiram os efeitos
desejados em relação a exclusividade de uso e resolução de conflitos. Os limites espaciais formais
são incongruentes com o uso costumeiro e os conflitos decorrentes da sobreposição de uso entre
comunidades permanecem sem uma instância de resolução, ficando a cargo das próprias
comunidades o ônus de defenderem seus territórios de pesca. Existe pouca comunicação entre as
comunidades em torno da gestão coletiva do recurso. A colaboração, neste caso poderia ser
incentivada por meio de uma melhoria nos canais de comunicação entre pescadores de
caranguejo-uçá que utilizam locais de pesca em comum. Nesse caso uma estratégia de ação com
vistas a reduzir os conflitos de uso, poderia ser iniciada com as comunidades que possuem mais
locais de pesca compartilhados entre si. Um desdobramento do que foi realizado até aqui, pode
ser o de transformar o modelo baseado em agentes em um jogo sério (role playing game), para
ser jogado com as comunidades de pescadores de caranguejo-uçá e então testar junto com elas
diferentes formas de organização socioespacial e coordenação. | pt_BR |
dc.description.sponsorship | Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD). | pt_BR |
dc.language.iso | Português | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.title | Dilema dos comuns transfronteiriços : a gestão da pesca de caranguejo-uçá em reservas extrativistas marinhas da Amazônia | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.subject.keyword | Pesca | pt_BR |
dc.subject.keyword | Caranguejo-uçá | pt_BR |
dc.subject.keyword | Comunidades de pescadores artesanais | pt_BR |
dc.rights.license | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | pt_BR |
dc.contributor.advisorco | Coudel, Emilie Suzanne | - |
dc.description.abstract1 | The spatial dimension is a ubiquitous dimension in all social-ecological systems, however, it is
not very explicit in the literature on commons, and when it is, it is hardly treated as an object of
analysis in itself. In this thesis, we analyze the co-management of the crab fishing carried out in
the mangroves of the Amazon coastal zone, in Pará - Brazil, considering the spatial dimension of
fishing practices and their congruence (or incongruence) with the limits defined by the state,
through the creation of the Marine Extractive Reserves.
We chose this region because it is the largest continuous strip of mangrove forests in the world,
which has led to the creation of Marine Extractive Reserves (RESEX) to reconcile environmental
protection and use by the local population for their subsistence and income generation.
The thesis is organized around three central questions:
What are the factors that influence the way in which crabbing communities use space?
Are the formal spatial boundaries from the creation of the Marine Extractive Reserves (RESEX)
congruent or not with customary use?
How do the organization of space and the users of the resource influence the levels of biomass of
a resource with spatial characteristics of a transboundary common resource?
The data collected during this research were obtained by combining qualitative and quantitative
methods during a fieldwork developed between September 2019 and January 2020 and the main
results are in the form of scientific articles.
In article one, "Where are we going to fish today? mangrove use and factors influencing crab
fishermen's decisions on fishing grounds choices", we focus on understanding the use of space by
crab fishermen communities and the factors associated with it and show that there is a spatial
pattern in the use of mangroves by crab fishermen that are explained by economic, social,
technological, and cultural factors.
In article two, "The challenges of transboundary coastal commons: incongruencies between
customary and official limits of crab fisheries in the Marine Extractive reserves in Brazilian
Amazon mangroves", we analyze the formal and informal institutions that regulate the use of
space and resource to understand whether or not the formal spatial boundaries of the RESEX were
congruent with the customary use of the communities and show that there are incongruences
between the formal spatial boundaries from the RESEX and the informal boundaries established
with customary use.
In article three - "Transboundary commons and the crab fishery: analysis of the influence of
communication and socio-spatial organization from an agent-based model", we built an agentbased model to simulate scenarios with different socio-spatial configurations and tested the effects
of the different configurations on the biomass levels of an ecological resource with spatial
characteristics of a transboundary commons and showed that in a scenario where there is
communication about the fishing locations, and where the resource use space is shared among the
communities, the biomass levels of the resource decreased faster.
The contributions of each paper articulate with each other and bring insights for the management
of marine protected areas. A better distinction between what is considered invasion and what is
considered customary use is recommended; the objectives of the Marine Extractive Reserves, as
an institution for regulating the use of space and its resources, do not seem to have had the desired
effects in relation to exclusivity of use and conflict resolution. The formal spatial limits are
incongruous with customary use, and the conflicts arising from overlapping use between
communities remain without an instance of resolution, leaving the onus on the communities
themselves to defend their fishing territories. There is little communication between communities
around the collective management of the resource. Collaboration in this case could be encouraged
through improved communication channels between crab fishermen who use common fishing
grounds. In this case an action strategy aimed at reducing use conflicts could be initiated with the
communities that have more shared fishing grounds. An unfolding of what has been done so far
could be to transform the agent-based model into a serious game (role playing game) to be played
with the crabbing communities and then assess with them different forms of socio-spatial
organization and coordination. | pt_BR |
dc.contributor.email | danikasanoski@gmail.com | pt_BR |
dc.description.unidade | Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) | pt_BR |
dc.description.ppg | Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável | pt_BR |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado
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