Qualificação profissional e autonomia : uma análise das ações de formação continuada ofertadas pela Universidade de Brasília sob o olhar dos sujeitos

Abstract

Desde a segunda metade do século XX, a administração pública brasileira vem gradativamente transacionando do paradigma burocrático, adotado a partir do Governo Vargas, para o modelo gerencialista, que atinge seu auge no governo de FHC, com Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE). No campo das relações de trabalho, esse período ficou marcado pelo abandono do modelo automatista taylorista/fordista, bem como dos modelos educacionais que o reforçavam, e a busca por profissionais qualificados e autônomos, que sejam capazes de se adequarem às constantes mudanças ambientais. Na esteira desse movimento reformista do estado e das relações trabalhistas, ganha destaque a formulação de políticas públicas voltadas a qualificação profissional do corpo técnico do setor público, com uma Política Nacional de Capacitação. Este trabalho se volta especificamente para o plano de carreira dos técnicoadministrativos em educação (TAE), criada pela Lei 11.091/2005, e para a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoas (PNDP) regulada pelo Decreto 9.991/2019. Diante desse contexto apresentado, pretende-se, enquanto objetivo geral, analisar as percepções dos técnicos-administrativos da UnB em relação às ações de formação continuada voltadas ao desenvolvimento profissional, ofertadas no âmbito da PNDP. Os objetivos específicos, por sua vez são: (i) delinear um estado do conhecimento sobre a produção científica que versa sobre a PNDP no âmbito das IFES; (ii) identificar as ações formativas que têm sido ofertadas aos servidores técnicos administrativos por meio do Plano de Desenvolvimento de Pessoas; (iii) identificar quais as demandas de ações formativas dos servidores técnicos administrativos; (iv) propor um modelo de qualificação profissional centrado no indivíduo, que garanta autonomia no processo de construção de sua carreira profissional, a partir da oferta de ações formativas que visem o desenvolvimento profissional e não apenas o “treinamento”. Trata-se de uma pesquisa descritiva, construída a partir de uma abordagem qualitativa, e adoção de técnicas de análise documental, conjugado com aplicação de entrevistas episódicas