Pesquisas amostrais em tempo da Pandemia do COVID-19 : uma comparação entre pesquisas por telefone e e-mail

Abstract

Devido ao cenário da pandemia do COVID-19, que impossibilitou a realização de pesquisas presenciais, métodos alternativos de coleta de dados passaram a ser mais utilizados. Dentre os possíveis métodos, tem-se as pesquisas realizadas por telefone e por e-mail. A literatura existente sobre as metodologias utilizadas nessas formas de coleta tem contribuído para o crescimento da realização de pesquisas de amostragem por telefone. No Brasil, essas formas de coleta têm sido alternativas muito utilizadas por profissionais do marketing e, mais recentemente, pelos institutos de pesquisa. O surgimento da pandemia intensificou a necessidade de se analisar a metodologia das pesquisas por telefone e, por isso, o trabalho visa discutir suas vantagens e desvantagens, e, ainda, comparar com a pesquisa por e-mail. Para isso, realizouse um estudo de caso com os estudantes de pós-graduação da Universidade de Brasília com o objetivo de verificar o efeito de diferentes métodos de ponderação e avaliar se a pesquisa por telefone consegue capturar o parâmetro de interesse (idade média e proporção de estudantes do sexo masculino) por meio de estimativas intervalares. Com esse intuito, uma amostra de 192 estudantes, foi selecionada para ambas as pesquisas. Como resultados, a taxa de resposta da pesquisa por telefone (54%) foi superior que a por e-mail (41%) e verificou-se pelo teste de McNemar que há diferença entre as pesquisas. Concluiu-se que dentre os métodos de ponderação utilizados, o raking foi o mais importante para a calibração uma vez que o ajuste permitiu que os parâmetros fossem capturados pelo intervalo de confiança.