http://repositorio.unb.br/handle/10482/43771
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2022_HannahZuquimAidarPrado.pdf | 3,74 MB | Adobe PDF | View/Open |
Title: | Adolescência e juventude no narcotráfico : estudo sobre trabalho e criminalização |
Authors: | Prado, Hannah Zuquim Aidar |
metadata.dc.contributor.email: | hannah.zuquim@gmail.com |
Orientador(es):: | Leal, Maria Lucia Pinto |
Assunto:: | Narcoeconomia Narcotráfico Adolescentes - trabalho Relações de trabalho |
Issue Date: | 19-May-2022 |
Data de defesa:: | 18-Feb-2022 |
Citation: | PRADO, Hannah Zuquim Aidar. Adolescência e juventude no narcotráfico: estudo sobre trabalho e criminalização. 2022. 219 f., il. Tese (Doutorado em Política Social) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022. |
Abstract: | A pesquisa investiga o trabalho dos adolescentes e jovens no narcotráfico inserido na lógica de produção e reprodução das relações de trabalho. Parte-se da determinação de que o narcotráfico é conformado por relações de trabalho no contexto do capitalismo e busca-se compreender o papel dos adolescentes na divisão do trabalho no mercado das drogas. Dessa forma, a tese objetiva compreender os adolescentes no tráfico de drogas utilizando uma chave de entendimento que não a da criminalização, mas sim a perspectiva deles a respeito de seu trabalho no narcotráfico e considerando de que maneira o Estado atua junto aos adolescentes no mercado das drogas, com relação aos riscos a que estão expostos e à proteção que a eles oferece. A fundamentação teórica que embasa o estudo está, principalmente, na economia política, na geografia, na sociologia e na história. Em especial, foi feito um estudo da economia política das drogas e do papel do Estado na criminalização dos adolescentes no Brasil. A metodologia da pesquisa de campo utilizada foi qualitativa, desenvolvida por meio de observação de campo na Unidade de Meio Aberto do Paranoá junto a adolescentes e técnicas da unidade, bem como participação em atividades da Unidade e realização de um grupo focal com os jovens e com as técnicas, no ano de 2019. Além disso, já no período da pandemia (2020-2021), como parte da etapa do campo, foram feitas entrevistas com pesquisadores e especialistas dos temas da narcoeconomia e do trabalho dos adolescentes neste contexto no Brasil e em diversos países da América Latina. Como resultados da pesquisa indica-se a necessidade de se repensar as maneiras de entender e atuar junto aos adolescentes e jovens que trabalham no mercado das drogas. Eles são parte e expressão da superexploração do trabalho, e ocupam posições das mais degradantes de vida e trabalho, tensionados pelo circuito privado do tráfico e pelo circuito público do combate ao tráfico. Foi possível concluir que a política proibicionista é que cria e permite que o mercado ilegal das drogas cresça, o que afeta desigualmente os territórios mais pobres e negros, onde os jovens são mais presos e mortos. Uma das facetas da violência é a do trabalho: os jovens nas periferias têm poucas opções sob essa perspectiva, e o crescimento do mercado das drogas, bem como do domínio territorial exercido pelas facções e grupos criminais tem possibilitado e engajado adolescentes para trabalhar nesse mercado. O trabalho dos adolescentes no mercado das drogas é um trabalho infantil no contexto de uma indústria mundial, ou seja, o lugar que eles ocupam no processo de produção, circulação e venda da droga alimenta uma produção que não se restringe ao território deles, sendo assim, existe uma vinculação com uma economia global que tem a exploração do trabalho como base. Por outro lado, o Estado, por meio de suas instituições e agentes, faz muito pouco para combater as violências contra crianças e adolescentes, porque além de não ser protetivo, criminaliza os mais frágeis nessa estrutura, por meio do sistema de justiça. A chave de entendimento do tráfico de drogas como um trabalho na relação de produção qualifica e complexifica a discussão, pois afirma a condição de classe trabalhadora dos adolescentes e jovens e retira o estigma de “bandidos” que é utilizado tanto para não garantir direitos quanto para prender e matá-los. |
Abstract: | This study investigates adolescents’ and childrens’ work in drug trafficking within the scope of the creation and reproduction of labour relations. Given that drug trafficking is shaped by labour relations in the context of capitalism, we wished to understand adolescents’ role in the division of labour in the drug market. In this way, this thesis aims to understand adolescents involved in drug trafficking through a lens which is not that of criminalization but rather that of their own perspectives on their work in drug trafficking, all the while considering the way the state acts towards adolescents within the drug market, given the risks they are exposed to and the protection they are offered. The theoretical framework on which this study is based is mainly political economics, geography, sociology and history. More specifically, a study was made of the political economy of drugs and the government’s role in criminalizing adolescents in Brazil. The field study methodology is qualitative and was developed through on-site observation in the Open Unit of Paranoá (Unidade de Meio Aberto do Paranoá) with adolescents and technical staff at the unit, participating in the unit’s activities and running a focus group with the youth and technical staff in 2019. During the COVID-19 pandemic in 2020- 2021, as part of the field work, interviews were conducted with researchers and experts on the issue of the narcotics economy and adolescent work in this context in Brazil and in several Latin American countries. The study shows that it is necessary to rethink the understanding and the support of adolescents and youth who work in the drug market. They are a part of and the expression of overexploitation, and occupy the most degrading positions in life and work, under pressure from the private realm of trafficking and the public realm of the fight against trafficking. We came to the conclusion that prohibitionist policy creates and allows the growth of the illegal market for drugs, which affects disproportionately poorer and racialized territories, where youth are more often incarcerated and killed. One of the faces of violence is that of work: youth in these territories have few options, and the growth of the drug market, as well as the territorial dominance exerted by factions and criminal groups, has created conditions for adolescents to work in this market. The work of adolescents in the drug market is child labour in the context of a global industry: the role they play in the production, circulation and sale of drugs feeds production which is not limited to their territory. There is a connexion with a global economy which is based on the exploitation of labour. On the other hand, the state, through its institutions and agents, does very little to fight the violence against children and adolescents, because beyond not being protective, it criminalizes the most fragile elements in the structure through its judiciary. Understanding drug trafficking as work qualifies and complexifies the discussion, because it recognises the working-class condition of adolescents and youth and removes the stigma of “criminals” which is used in turn to deny rights, incarcerate and kill them. |
metadata.dc.description.unidade: | Instituto de Ciências Humanas (ICH) Departamento de Serviço Social (ICH SER) |
Description: | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Serviço Social, Programa de Pós-Graduação em Política Social, 2022. |
metadata.dc.description.ppg: | Programa de Pós-Graduação em Política Social |
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