Efeitos da duração do reforço sobre o desempenho em esquemas de reforçamento de intervalo fixo

Abstract

O presente estudo objetivou caracterizar as relações entre magnitude (duração) do reforço e desempenho (pausa pós-reforço, frequência e taxa ativa de respostas) em pombos sob esquemas de reforçamento de intervalo fixo. Foram realizados três experimentos, estabelecendo do cada um deles a manipulação da duração do reforço (mudança do tempo de exposição do reforçador - quirela de milho - ao sujeito, de um a outro valor entre 3 e 30 seg.) em diferentes níveis de taxa (número de manipulações no tempo): 1. Manipulação Grupo a Grupo de Sessões (ou delineamento de "baixíssima” taxa); 2. Manipulação Sessão a Sessão (ou delineamento de "baixa” taxa); 3. Manipulação a Intervalos Espaçados na Sessão (ou delineamento de "alta” taxa) em duas fases 1» Condição Única e 2. Inter-Condições. Para todos os quatro e seis sujeitos submetidos, respectivamente, aos delineamentos de "baixíssima” e "alta” taxa de manipulação, a pausa pós-reforço foi descrita como uma função positiva da duração do reforço, independentemente da história experimental previa dos sujeitos. Já no de línea mento de "baixa” taxa de manipulação, a função descritiva da relação entre pausa pós-reforço e duração do reforço (em termos de sentido e grau de inclinação, e monozoicidade ou não, da função) foi, ela própria, função do número de sessões experimentais previas sob o esquema: uma função positiva monotônica descreveu os dados para o sujeito mais "experiente”; uma função negativa monotônica, para o sujeito menos experiente ; / e uma função negativa não-monotônica para o sujeito com experiência intermediária. Com o aumento da experiência experimental, no decorrer do experimento, as inclinações negativas se amenizaram (seu grau diminuiu) e a inclinação positiva se acentuou (seu grau aumentou). Os dados sugerem a combinação das variáveis experiência experimental prévia e taxa de manipulação da duração do reforço como relevante na caracterização da função descritiva da relação entre magnitude do reforço e pausa pós-reforço, e como hipótese potencialmente explicativa dos dados de Powell (1969). Frequência e taxa ativa de respostas, registra^ das apenas sob "alta” taxa de manipulação, foram descritas para os seis sujeitos como funções inversas da duração do reforço, independentemente da história experimental prévia. No experimento de "alta” taxa de manipulação, as três medidas de desempenho foram registradas no intervalo sub sequente ao iniciado pela manipulação da duração do reforço , ’ v sob uma duração-padrão de reforço. Sob essas condições, nenhuma tendência sistemática foi identificada em quaisquer das três medidas, o que sugere a plausibilidade da caracterização dos efeitos da manipulação da duração do reforço como locais (i.e., não extensíveis a intervalos ulteriores).