Brasil e Tigres Asiáticos : desenvolvimento econômico comparado à luz da Nova Economia das Instituições

Abstract

Este trabalho objetiva fazer um estudo comparativo do processo de desenvolvimento econômico brasileiro e dos chamados Tigres Asiáticos de Segunda Geração, com destaque para a Coreia do Sul, desde o imediato pós Segunda Guerra Mundial até o final da década de 80, aplicando- lhe o instrumental teórico da chamada Nova Economia das Instituições. Para dar cabo a esse

estudo comparativo, são integradas tanto as linhas de pesquisa com ênfase nas políticas horizontais quanto aquelas cuja ênfase recai sobre as ditas políticas verticais ou intervencionistas no estudo do desenvolvimento econômico do Brasil e do leste asiático. Não menos relevante, também são agregadas análises nas quais o contexto regional e geopolítico da inserção produtiva das duas regiões oferece qualificações relevantes para a análise. As evidências sugerem que, embora Brasil e Coreia do Sul tenham passado parte relevante do período sob regimes políticos autoritários, as instituições econômicas do último tinham caráter claramente inclusivo, ou seja, com elevada capacidade de adaptação a mudanças no cenário econômico, ao contrário das brasileiras. Dada a forte discrepância que se observa na trajetória de crescimento econômico dos dois países a partir da década de 80, conclui-se que a incapacidade do arcabouço institucional brasileiro vigente em contemplar as exportações como um vetor adicional de desenvolvimento em concomitância ao desenvolvimento do capital humano foi o principal fator para o fracasso do Brasil em sustentar de forma continuada seu processo de desenvolvimento na década de 80.