Movimentos oculares como biomarcadores de desempenho em pilotos de helicóptero

Abstract

Movimentos oculares têm sido utilizados como parâmetros do processamento cognitivo em diversas pesquisas ao longo das últimas décadas. Sua relação com o foco atencional e até com indicadores de processos relacionados ao julgamento e tomada de decisões está estabelecido. Recentemente, a fadiga cognitiva tem sido descrita como uma variável também relacionada ao processamento de informações, indicando a capacidade de um indivíduo manterse em uma determinada tarefa. Neste trabalho, investigou-se como os movimentos oculares podem ser utilizados como biomarcadores para fadiga cognitiva, atenção e expertise. Participaram do estudo 46 pilotos de helicóptero dos United States Marine Corps, os quais tiveram seus movimentos oculares medidos durante um voo em um simulador. O tipo de voo, o nível de experiência do piloto e o tipo de treinamento foram as variáveis independentes. Já as variáveis dependentes basearam-se em parâmetros relacionados a movimentos oculares como fixação, sacada e piscadas. Os resultados apontam para a diferença entre o processamento de informações por parte de experts e novatos, assim como, contrariamente ao que se costuma esperar, indicam que tarefas simples ou repetitivas podem induzir a fadiga cognitiva. Análises de machine learning indicaram, ainda, a possibilidade de movimentos oculares serem utilizados para o desenvolvimento de expertise em novos pilotos.