Avaliação do risco cardiovascular e a sua relação com os componentes da Síndrome Metabólica em idosas usuárias da atenção primária do Distrito Federal

Abstract

Introdução: As doenças cardiovasculares, ainda hoje, são responsáveis por altos índices de internações e complicações do estado de saúde. A população idosa, encontra-se em diversas condições que os propiciam a reunir em simultaneidade vários fatores de risco cardiovascular, em especial mulheres. Objetivo: Comparar a presença de risco cardiovascular em idosas com e sem síndrome metabólica (SM) atendidas em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de uma região administrativa do Distrito Federal (DF). Método: Estudo observacional do tipo transversal e descritivo, de abordagem quantitativa, realizado em uma Unidade Básica de Saúde do Distrito Federal, com amostra de 217 idosas com idade ≥60 anos. Primeiro, coletou-se informações sociodemográficas, clínicas (amostras de sangue), hábitos de vida e aferição da pressão arterial. No segundo momento foram coletados os dados antropométricos e o exame Absorciometria de raios-X de dupla energia para mensuração do percentual de gordura corporal. O risco cardiovascular foi determinado por meio do Escore de Risco de Franmingham (ERF). Para análise do diagnóstico de SM, considerou-se o Nacional Cholesterol Evaluation Program for Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III). Foi realizada uma análise estatística descritiva utilizando medidas de dispersão, frequência simples, relativa, percentil 25, mediana, percentil 75, máximo e mínimo. A avaliação da distribuição da normal foi realizada por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov. A análise seguiu com possíveis associações das variáveis independentes com a classificação admitida pelo ERF. O teste do Qui-Quadrado de Pearson foi adotado para verificar diferenças na proporção dos grupos segundo as categorias das variáveis independentes. O nível de significância considerado foi de 5%. A correlação de Sperman foi calculada para avaliar a associação entre as variáveis numéricas. Foi realizada inicialmente uma análise de associação univariada de acordo com os critérios estabelecidos pelo ERF, buscando variáveis candidatas a predizer o alto risco cardiovascular. Também foi realizada análise de regressão logística. Resultados: As idosas desse estudo tinham média de idade de 68,58±6,01 anos, eram viúvas (48,4%), aposentadas (67,3%), com poucos anos de estudo (73,7%). O IMC (p=0,018), o colesterol total (p=0,003), o HDL (p<0,001), os triglicerídeos (p<0,001), a pressão arterial sistólica (PAS) (p<0,001) foram significativamente relacionadas ao alto risco, quando comparados os valores das medianas. Sobre os fatores de risco (FR) cardiovascular, 40,6% da amostra possuíam 3 fatores. Identificou-se que as idosas do grupo classificado como alto risco no ERF tiveram maior número FR do que os demais grupos (p<0,001). Houve uma prevalência de 58,5% de síndrome metabólica (SM). Observou-se que quanto mais componentes da síndrome, maior será o ERF. Dentro do alto risco (n=62), 35,5% das idosas tinham 4 componentes. Entre os mais prevalentes foram, circunferência da cintura (74,2%), PAS (67,3%) e HDL (59,0%) no total dos grupos. As idosas com alto risco, em sua maioria (40,9%) tinham a SM (p<0,001). Proposto fluxograma de atendimento com base nos resultados, como

estratégia de promoção da saúde e prevenção de agravos cardiovasculares. Conclusão:

Após a regressão logística para predição do alto risco cardiovascular em idosas, percebeu- se que a presença da DM (p<0,001), estar com valores PA alterada (p=0,012) e baixos níveis de HDL (p=0,001) apresentaram-se como preditores do alto risco cardiovascular em idosas.