Biologia, epidemiologia e manejo do crestamento gomoso do caule da melancia, causado por Didymella bryoniae

Abstract

A melancia (Citrullus lanatus (Thunb) Mansf) pertence a família Cucurbitaceae e tem como centro de origem a África. Tem grande importância sócioeconômica e alimentar no Brasil, sendo atualmente cultivada em uma área de 83.784 ha, ocupando o quarto lugar dentre as olerícolas mais plantadas. Entre as principais doenças da melancia destaca-se a podridão gomosa, causada pelo fungo Didymella bryoniae (anamorfo: Ascochyta cucumis). As perdas na produtividade da melancia podem chegar a mais que 40% sob alto nível de inóculo e condições ambientais favoráveis. Além de diminuir a produtividade, a doença também afeta a qualidade de frutos, ao destruir as folhas, resultando em frutos menores e também queimados pelo sol. Os sintomas mais freqüentes correspondem a "damping off, manchas escuras nas folhas e cancro com exsudação no caule. D. bryoniae sobrevive em plantas daninhas e cucurbitáceas cultivadas, restos de cultura, solo infestado e em sementes. O controle pode ser feito por meio de rotação de culturas, eliminação de cucurbitáceas silvestres, esterilização de solos em estufas e irrigação adequada. Embora existam relatos de resistência genética em cucurbitaceae, nenhum cultivar comercial de melancia é altamente resistente à doença. Recomendam-se também o tratamento de sementes e o controle com fungicidas registrados para a cultura. Apesar da grande importância comercial da melancia e do crestamento gomoso do caule ser uma das principais doenças da cultura, verificou-se na literatura consultada que se tratava de um patossistema pouco estudado no mundo e principalmente no Brasil. Face à escassez dos dados, esse trabalho objetivou 1 estudar a biologia, epidemiologia e o controle do crestamento gomoso do caule da melancia.