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Título: Efeito da curcumina no tratamento de micróglias infectadas pelo vírus Zika
Autor(es): Albuquerque, Lucas Fraga Friaça
Orientador(es): Borges, Tatiana Karla dos Santos
Assunto: Micróglia
Zika vírus
Curcumina
Neuroinflamação
Autofagia
Data de publicação: 16-Ago-2021
Referência: ALBUQUERQUE, Lucas Fraga Friaça. Efeito da curcumina no tratamento de micróglias infectadas pelo vírus Zika. 2021.179 f., il. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Resumo: O relato de numerosos casos de microcefalia no Brasil entre 2015 e 2016 alertou a comunidade científica mundial. O principal motivo foi a sua relação com os casos de infecção pelo vírus Zika. A organização mundial da saúde alertou para a necessidade do desenvolvimento de tratamentos para a infecção e prevenções ao desenvolvimento da microcefalia. Neste contexto, a curcumina tem se mostrado uma molécula de interesse para estudos com o vírus Zika, pois há na literatura evidências da sua ação sobre os flavivírus e já está demonstrada sua capacidade anti-inflamatória. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar se a curcumina tem a capacidade de interferir nos mecanismos de morte celular e de autofagia induzidos pelo vírus e se esta molécula possui ação imunomoduladora, importante na prevenção da neuroinflamação que ocorre durante a infecção. A melhor compreensão destes mecanismos poderá contribuir para o desenvolvimento de novas medidas terapêuticas e diminuir a morbidade da infecção pelo vírus Zika. As micróglias murinas de linhagem BV2 foram infectadas com MOI 0,1 e MOI 1 do vírus Zika (cepa PE/243) e tratadas com 0,31 μM, 0,62 μM, 1,25 μM, 2,5 μM e 5 μM de curcumina. A viabilidade celular foi avaliada pelo teste de redução do MTT e lida em espectrofotômetro. A expressão da caspase-3, da mTOR e da LC3 foram avaliadas por teste antígeno- anticorpo por citometria de fluxo. A morte celular foi avaliada pela marcação por anexina/iodeto de propídio, lido em citometria de fluxo. A produção de espécies reativas de oxigênio e de nitrogênio foram avaliadas pelas sondas DCF-DA e DAF-FM, respectivamente, em citometria de fluxo. A dosagem das citocinas foi realizada por kit CBA (BD), em citometria de fluxo. Os dados mostraram que o vírus Zika apresentou um efeito citopático sobre as células BV2 e a curcumina reverteu parcialmente esta citotoxicidade. Este efeito citopático do vírus foi resultado principalmente da indução da apoptose sem aumentar a produção de caspase-3 pelas micróglias. Já a curcumina, mesmo sem alterar o número de células apoptóticas, reduziu a sinalização pela caspase-3. Observamos também que o vírus Zika induz a autofagia nas micróglias sem alterar a expressão de mTOR, enquanto o tratamento com a curcumina induziu ainda mais a autofagia através da redução da expressão de mTOR. O vírus Zika induziu uma resposta inflamatória pelas células BV2 com aumento da produção de IFN-γ, TNF-α, IL-6, IL-10, IL-17, MCP-1. Esta resposta inflamatória foi controlada pela curcumina, reduzindo a produção de IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17, IFN-γ e TNF-α nos grupos de células infectadas com MOI 0,1 do vírus e que receberam o tratamento de 2,5 μM e 5 μM. Por fim, observamos que a infecção aumentou a produção de EROs pelas células BV2. Apenas as células estimuladas com MOI 0,1 apresentaram a produção aumentada de ERNS. Em contrapartida, células na presença de MOI 1 produziram menos ERNs. Em conclusão, observou-se que o tratamento com a curcumina apresentou um efeito pró-oxidante durante a infecção pelo vírus Zika.
Abstract: The report of numerous cases of microcephaly in Brazil between 2015 and 2016 have alerted the world scientific community. The main reason for it was the relation between cases of infection by zika virus. The World Health Organization alerted the need of development of treatments for the microcephaly infection and prevention. On this context, curcumin has shown itself as an interesting molecule for studies with zika virus because it has evidences of its action above flavivirus and anti-inflammatory capacity all over the literature. Therefore, the aim of the present work has been to analyze if curcumin interfered on cell death and autophagy pathways induced by the virus and if this molecule has immunomodulator action, which is important for the prevention of the neuroinflammation that happens during the infection. The best understanding of these pathways can contribute for the development of new therapeutic measures and decrease the morbidity of zika virus infection. The BV2 cell line of murine microglia were infected by MOI 0,1 e MOI 1 of zika virus (strain PE/243) and treated with 0.31 μM, 0.62 μM, 1.25 μM, 2.5 μM and 5 μM of curcumin. The cellular viability was evaluated by the test of MTT reduction and read in spectrophotometer. The expression of caspase-3, mTOR and LC3 has been evaluated by antigen-antibody test and read in flow cytometry. The cell death was evaluated by annexin/propidium iodide target and also read in flow cytometry. The production of reactive oxygen species and nitrogen was evaluated by DCF- DA and DAF-FM probes, respectively, in flow cytometry. The cytokine dosage has been done by CBA kit (BD) in flow cytometry. Our data has shown that zika virus presented a cytopathic effect in BV2 cells and curcumin has partly reversed this cytotoxicity. This cytopathic effect of the virus has happed mainly because of the induction of cell apoptosis, without increasing the production of caspase-3 by microglia. Curcumin, on the other hand, even without changing the number of apoptotic cells, has reduced the signaling by caspase-3. We also have observed that zika virus induced autophagy on microglia without changing mTOR expression, while the treatment with curcumin induced even more autophagy by the reduction of mTOR expression. Zika virus induced an inflammatory response by BV2 cells with an increase on IFN- γ, TNF-α, IL-6, IL-10, IL1-17, MCP-1 production. This inflammatory response has been controlled by curcumin, decreasing IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17, IFN-γ and TNF- α production on groups of cells infected by virus MOI 0,1 which received the treatment of 2,5 μM and 5 μM. In the end. We have observed that the infection increased EROs production by the BV2 cells. In addiction, only cells stimulated by small amount of virus has shown increasing of ERNs production. On the other hand, cells infected by large amount of virus produced less ERNs. We have seen that the treatment with curcumin presented a pro-oxidant effect during zika virus infection.
Unidade Acadêmica: Faculdade de Medicina (FM)
Informações adicionais: Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Medicina, Pós-graduação em Medicina Tropical, 2021.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical
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