http://repositorio.unb.br/handle/10482/40783
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2020_GabrielDaherJardim.pdf | 5,9 MB | Adobe PDF | View/Open |
Title: | Contradições de um território ambíguo : MuBE-SP |
Authors: | Jardim, Gabriel Daher |
metadata.dc.contributor.email: | arq.gabrieldaher@gmail.com |
Orientador(es):: | Andrade, Miguel Gally de |
Assunto:: | Arquitetura Paisagens Estética Generosidade Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia (MuBE) Segregação urbana |
Issue Date: | 3-May-2021 |
Data de defesa:: | 14-Dec-2020 |
Citation: | JARDIM, Gabriel Daher. Contradições de um território ambíguo: MuBE-SP. 2020. 304 f., il. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020. |
Abstract: | Este trabalho foi estruturado confrontando a contradição de vivermos em cidades com potenciais de sociabilidade, porém marcadas pela segregação. O intuito deste trabalho é tratar da relação entre o edifício e a cidade quando a fronteira entre eles não é evidente. Para isso, será usado como objeto principal o Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia (MuBE), do arquiteto Paulo Mendes da Rocha (PMR) inaugurado em 1995 no Jardim Europa em São Paulo. O objeto estudado não poderia ser mais contraditório, um museu que nasce com a intenção - de uma associação - de evitar o incômodo com a presença de diferentes. Daí a concessão da prefeitura de um terreno público para um museu privado. Se já não fosse o bastante as contradições que antecederam o concurso, o projeto vencedor ao invés de propor algo que propiciasse uma quietude, é justamente o oposto, uma praça/museu, o lugar com maior vocação para a sociabilidade e encontros. No primeiro capítulo essa questão é abordada quando tratamos das esferas pública e privada, que intencionalmente são apresentadas como distintas, entretanto, observou-se que a diferença entre tais esferas começa a se esfumaçar na modernidade. A fronteira é apresentada como a contradição concretizada na cidade, que tem como princípio a vida em sociedade, ressalta-se como as cercas e muros têm a função de evidenciar as diferenças, e a partir delas, a segregação entre quem está dentro e quem está fora se agrava. O segundo capítulo é iniciado abordando o território, que apesar da sua aptidão em ser catalizador da sociabilidade, esbarra em amarras da dinâmica urbana e da, por vezes preconceituosa, gestão administrativa. O que se vê em sociedades amedrontadas - como diversas cidades brasileiras - é a valorização da segregação, por desencadear falso sentimento de segurança, em detrimento da ideia de coletividade. O espaço ambíguo reflete a interlocução entre público e privado resultante da constante transição entre essas esferas. Assim, um espaço não está fadado à crescente apropriação exclusivista, pelo contrário, pode pertencer aos dois domínios. No terceiro capitulo é apresentada a ideia de que a arquitetura revela a essência de um lugar - sem, no entanto, esgotá-la, vez que deve-se ter em mente a finitude da arquitetura frente ao caráter contínuo da natureza - ressalta-se que a arte desenhada pelo arquiteto permite a vivência dos significados de um local, que só são revelados pelo construir. Assim sendo, é necessário ultrapassar a percepção de apenas habitar o terreno, sítio ou o bairro, para assim alcançar a ideia de sermos habitantes do mundo. Por fim, abordou-se a ideia da obra arquitetônica como arte e como condutora de uma mensagem. Defendemos que a arquitetura traduz a intenção política em arte e esta, ao propiciar a sociabilidade entre diferentes, estimula a resistência política. O MuBE estimula uma experiência reflexiva do espaço e da cidade. Além disso, provoca importante discussão sobre o desvirtuamento - resultante da construção de fronteiras - da arquitetura desenhada como resistência política e estímulo à convivência entre diferentes. |
Abstract: | This work was structured confronting the contradiction of living in cities with potential for sociability, but marked by segregation. The aim of this work is to deal with the relationship between the building and the city when the boundary between them is not evident. For this, the Brazilian Museum of Sculpture and Ecology (MuBE), by architect Paulo Mendes da Rocha (PMR), opened in 1995 at Jardim Europa in São Paulo, will be used as the main object. The object studied could not be more contradictory, a museum that was born with the intention - of an association - to avoid the discomfort with the presence of different people. Hence the granting by the city hall of public land for a private museum. If the contradictions that preceded the contest were not enough, the winning project, instead of proposing something that would provide a stillness, is just the opposite, a square / museum, the place with the greatest vocation for sociability and meetings. In the first chapter, this issue is addressed when we deal with the public and private spheres, which are intentionally presented as distinct, however, it was observed that the difference between such spheres begins to blur in modernity. The frontier is presented as the contradiction made concrete in the city, which has as a principle life in society, it is emphasized how the fences and walls have the function of highlighting the differences, and from them, the segregation between who is inside and who is outside gets worse. The second chapter begins by addressing the territory, which despite its ability to be a catalyst for sociability, comes up against the bonds of urban dynamics and, sometimes prejudiced, administrative management. What we see in frightened societies - like several Brazilian cities - is the valorization of segregation, for triggering a false sense of security, to the detriment of the idea of collectivity. The ambiguous space reflects the dialogue between public and private resulting from the constant transition between these spheres. Thus, a space is not bound to the growing exclusive appropriation, on the contrary, it can belong to both domains. In the third chapter the idea is presented that architecture reveals the essence of a place - without, however, exhausting it, since one must keep in mind the finitude of architecture in face of the continuous nature of nature - it is emphasized that the art designed by the architect allows the experience of the meanings of a place, which are only revealed by building. Therefore, it is necessary to overcome the perception of just inhabiting the land, site or neighborhood, in order to achieve the idea of being inhabitants of the world. Finally, the idea of architectural work was approached as art and as the conductor of a message. We argue that architecture translates political intention into art and this, by providing sociability among different people, stimulates political resistance. MuBE encourages a reflective experience of space and the city. In addition, it provokes an important discussion about the distortion - resulting from the construction of borders - of architecture designed as political resistance and stimulating coexistence between different people. |
Description: | Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, 2020. |
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Appears in Collections: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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