Campo DC | Valor | Idioma |
dc.contributor.advisor | More, Anna Herron | - |
dc.contributor.author | Marra, Fernanda Ribeiro | - |
dc.date.accessioned | 2021-03-31T21:11:13Z | - |
dc.date.available | 2021-03-31T21:11:13Z | - |
dc.date.issued | 2021-03-31 | - |
dc.date.submitted | 2020-12-11 | - |
dc.identifier.citation | MARRA, Fernanda Ribeiro. A mulher-árvore que uiva, arde e erra: uma escuta da poética de Alejandra Pizarnik. 2020. 262 f. Tese (Doutorado em Literatura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020. | pt_BR |
dc.identifier.uri | https://repositorio.unb.br/handle/10482/40416 | - |
dc.description | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, 2020. | pt_BR |
dc.description.abstract | Esta tese propõe uma leitura em conjunto dos poemas e diários de Alejandra Pizarnik (1936-
1972), por entender que sua produção literária é indissossiável do movimento que empreende
pela vida. Viragens em termos formais e intensivos acompanham os acontecimentos da
existência da poeta; por isso, elegi a cronologia como critério para estruturar os capítulos. O
movimento pela vida se manifesta como excrita do corpo que Jean-Luc Nancy entende como
um remetimento de si a si no ato da escrita, e também como um endereçamento ao outro por
meio do texto. Neste trabalho, o texto é também o que Emanuele Coccia chama de espaço
medial, lugar onde Pizarnik lança suas palavras, que não cessam de ecoar e produzir sentidos.
Elas podem ser captadas no espelho que é o poema pelo exercício da escuta, um modo de me
aproximar dessa escrita deixando vibrar a poesia, tentando não abafar as possibilidades que
ressoam. Nesse processo, os versos intransigentes e lastimosos, a disseminação de nomes e
pronomes, o vocabulário reiterado e reduzido, a pulsão insatisfeita e as assonâncias
labirínticas conferem um contorno de uivo saído de um corpo que vagueia e se envia (à lua, ao
leitor, a quem quer que escute) desde sua condição desconjuntada e cindida. A escuta é estar
diante do espelho que é o texto e perceber que não há reflexo. O que retorna é, com Alexandre
Nodari, o corte oblíquo que atravessa as instâncias discursivas (eu-tu) evidenciando a
reversibilidade desses lugares, permitindo que o sujeito se perceba como objeto e que o objeto
(pessoa fora do discurso – ela) participe do jogo enunciativo. Minha hipótese é a de que a
radicalidade com que essa autora faz da linguagem sua “questão fundamental” está
profundamente ligada à convocação à escrita para o enlace do corpo que se reconhece em
partes e para o impulso à vida, dado que viver consistia no gesto mesmo da escrita. A mulher-
árvore é o devir do sopro de vida que essa leitura “de ouvido” reconhece na poesia que não se
dobra ao indizível, que não cede à paralisia imposta pelo corpo sem lastro tendendo à morte.
Alinhada com Georges Bataille, a poeta faz da escrita sua experiência interior e conduz o corpo
ao extremo da debilidade em nome de dizer a poesia. Pizarnik chega a dizer o “corpo poético”
como lugar da máxima aproximação entre as materialidades imiscuíveis que insiste em unir.
Em diálogo com Derrida, proponho que Pizarnik empreende com sua morte um último gesto
literário que faria coincidir finalmente corpo e língua nesse dizer sem palavras, logo, sem pedir
perdão. “El Poema” é o suicídio, o texto-acontecimento que a poeta escreveu de uma vez por
todas, e que não se confunde com a sua assinatura. | pt_BR |
dc.language.iso | Português | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.title | A mulher-árvore que uiva, arde e erra : uma escuta da poética de Alejandra Pizarnik | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.subject.keyword | Pizarnik, Alejandra, 1936-1972 - crítica e interpretação | pt_BR |
dc.subject.keyword | Poemas | pt_BR |
dc.subject.keyword | Literatura - crítica e interpretação | pt_BR |
dc.rights.license | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | pt_BR |
dc.description.abstract1 | This thesis proposes reading together the poems and diary of Alejandra Pizarnik (1936-1972). I
understand that her literary production is inseparable from the movement she engages for life.
Some formal and intensive turns of her writing follow the events of her existence. For this
reason I have chosen cronology as a criterion to structure the chapters. The movement for life
manifests as the excrita of the body which Jean-Luc Nancy understands in the act of writting as
an address of self to self, and also as an address of others through the text. For this work, the
text is what Emanuele Coccia calls a medial space, that is, the place where Pizarnik tosses
words which never stop echoing and meaning. These words can be captured in the mirror that
the poem is through the work of listening, a way of approaching this writting that allows poetry to
vibrate trying not to stifle the possibilities that resound. In this process, the intransigent and
wailful lines, the dissemination of names and pronouns, the reduced and reiterated vocabulary,
the dissatisfied drive and the labyrinthine assonances give poetry the outline of a howl that
comes from a wandering body which sends itself (to the moon, to the reader, to whoever
listens) from its disjointed and broken condition. Listening is like being in front of a mirror, which
is the text, and realizing that there is no reflection. What returns is, as Alexandre Nodari calls it,
the oblique cut that crosses discursive instances (I-you) pointing to the reversibility of these
places, allowing the subject to notice itself as an object, and the object (the person out of the
discourse – she) to take part in the enunciative game. My hypothesis is that the radical usage of
language by this author, that she treats as her “fundamental problem,” is deeply associated with
the call to writing. Such a call has the purpose of connecting the body that recognizes itself as
parts and also has the purpose of giving impulse to her to life, considering that living consists of
the gesture of writing itself. The woman-tree é the becoming of the breath of life that this
reading “by ear” recognizes in the poetry which does not buckle to the unspeakable, which does
not surrender to paralysis imposed by the body without ballast and oriented to death. Aligned
with Georges Bataille, the poet makes of writing her inner experience and leads the body to the
utmost weakening in the name of poetry. Pizarnik ends up naming “poetic body” as a place
where immiscible materialities can be as mixed as posible. In dialogue with Jacques Derrida, I
propose that Pizarnik undertakes with her death the last literary gesture that would finally match
language and body in this saying without words, thus, without asking forgiveness. “El Poema” is
the suicide, the text-happening the poet wrote for once and for all, and that is not confused with
her signature. | pt_BR |
dc.contributor.email | dizamarra@gmail.com | pt_BR |
dc.description.unidade | Instituto de Letras (IL) | pt_BR |
dc.description.unidade | Departamento de Teoria Literária e Literaturas (IL TEL) | pt_BR |
dc.description.ppg | Programa de Pós-Graduação em Literatura | pt_BR |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado
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