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Título: Dispositivo clínico de cuidado com jovens em medida socioeducativa
Outros títulos: Clinical device for youth care in socioeducational measure
Autor(es): Gusmão, Maristela Muniz
Orientador(es): Amparo, Deise Matos do
Assunto: Adolescência
Socioeducação
Ligação
Reflexividade
Dispositivo de Cuidado
Violência
Psicologia clínica
Referência: GUSMÃO, Maristela Muniz. Dispositivo clínico de cuidado com jovens em medida socioeducativa. 2019. 153 f., il. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica e Cultura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Resumo: Este estudo tem como objetivo apresentar e analisar um dispositivo clínico de intervenção com jovens privados de liberdade por envolvimento em atos violentos. Para tanto, estudamos as relações entre a violência na adolescência e as fragilidades das ligações primárias; as relações entre a passagem ao ato violento e o trabalho de reflexividade; a ligação coletiva pela via da violência como um dos efeitos subjetivos e sócio-políticos dos modos de sociabilidade nas sociedades atuais; os efeitos das políticas de extermínios e encarceramento nas ligações que os adolescentes fazem com a vida; as repercussões subjetivas decorrentes dos processos de institucionalização; e as práticas intersticiais como possibilidades interventivas em contextos de instituições fechadas. A violência na adolescência é compreendida como uma resposta diante da fragilidade do sentimento de segurança e existência e, também, como uma dificuldade no processo de construção de uma interioridade reflexiva que possibilite pensar aquilo que é atuado. As instituições socioeducativas são pensadas como instituições totais, cujo tratamento oferecido é padronizado e pautado na homogeneização das condutas humanas. Já os dispositivos de mediações terapêuticas pautam-se na compreensão de que as necessidades do eu concernem a tudo o que o eu precisa para fazer seu trabalho ligação, de apropriação e de simbolização. Em consideração a isso, propomos que a ligação (lien) é o fundamento dos dispositivos de cuidado com adolescentes e que essa ligação deve ocorrer num meio maleável, nos espaços intersticiais. Trabalhamos com o enfoque qualitativo de pesquisa e privilegiamos a abordagem clínica, fundamentada no referencial teórico psicanalítico. Nosso campo de investigação se constituiu como espaço concreto de intervenção e de produção coletiva e, por isso, elegemos a pesquisa-intervenção como método para construção e acesso ao conhecimento. As atividades ocorreram em uma Unidade de Internação para adolescentes do Distrito Federal, e envolveu aproximadamente 35 jovens, do sexo masculino, com idades entre 18 e 20 anos. As interações livres, os grupos terapêuticos, os registros nos diários de campo das pesquisadoras, bem como os registros audiovisuais e escritos produzidos pelos jovens, se constituíram como recursos metodológicos fundamentais. Os resultados desse trabalho são apresentados em três artigos: 1. "O trabalho de ligação e a reflexividade em adolescentes da socioeducação: análise de um dispositivo de cuidado", no qual apresentamos e analisamos o dispositivo. Este se orientou pelas noções de tempo e trabalho de ligação e foi organizado em três tempos: tempo de ligação com o outro e criação da demanda; tempo de ligação com a história e a reflexividade; e tempo de ligação com o coletivo e com os objetos culturais; 2. "A ligação psíquica e social de adolescentes na socioeducação: as vidas que não importam", no qual buscamos compreender como a ligação com violência comparece nas vidas dos meninos, e analisar os sentidos que eles atribuem àquilo que na trama social parece enunciar que não há um valor positivo para as suas existências, ou seja, suas vidas ou mortes parecem não importar. Os resultados dessas análises são discutidos em duas categorias: Eu não morri e nem comi, fiz amizade com a fome; e Cadeia é longa, mas não eterna, abala, mas não intimida. 3. "Os interstícios institucionais e as possibilidades de trabalho na socioeducação", no qual analisamos as ligações intergrupais e intersubjetivas estabelecidas com os diferentes grupos existentes na instituição socioeducativa, para pensarmos sobre as possibilidades de intervenções no contexto de estabelecimentos institucionais, a partir de práticas intersticiais.
Abstract: The objective of this study is to present and analyze a clinical intervention device in young people deprived of liberty for getting involved in violent acts. To this end, the researchers studied the relationships between adolescent violence and the weaknesses of primary connections; the relationships between the passage to the violent act and the work of reflexivity; the collective connection through violence as one of the subjective and sociopolitical effects of modes of sociability in today's societies; the effects of the extermination policies on the connections teenagers make regarding life; the subjective repercussions arising from institutionalization processes; and interstitial practices as interventional possibilities in contexts of closed institutions. Violence in adolescence is understood as a response to the fragility of the feeling of security and existence, as well as a difficulty in the process of building a reflective interiority that makes it possible to think about what is acted upon. Socioeducational institutions are thought of as total institutions, whose treatment is standardized and based on the homogenization of human behaviors. Therapeutic mediation devices, on the other hand, are based on the understanding that the needs of the selfconcern everything that the self needs to make its connection, appropriation and symbolization work. In this regard, it is proposed in this study that the lien is the foundation of adolescent care devices, and that this connection should occur in a malleable environment, in interstitial spaces. This study was performed with a qualitative research approach and prioritizing a clinical approach, based on the psychoanalytical theoretical framework. The field of investigation was constituted as a concrete space of intervention and collective production and, therefore, intervention research was chosen as a method for construction and access to knowledge. The activities took place in an inpatient unit for adolescents in the Federal District (Brazil), and involved approximately 35 young men, aged between 18 and 20 years. The free interactions, the therapeutic groups, the records in the researchers' field diaries, as well as the audiovisual and written records produced by the youngsters, were constituted as fundamental methodological resources. The results were presented in three articles: 1. "The liaison work and reflexivity in adolescents in socioeducational measures: an analysis of a care device", in which the device was analyzed and presented. This was guided by the notions of time and connection, and was organized into three stages: connection time with each other and the creation of demand; connection time with the history and reflexivity; and connection time with the collective and cultural objects; 2. "The psychic and social connection of adolescents in socioeducational measures: the lives that don't matter," where the researchers sought to understand how the connection with violence appears in the lives of young boys, and to analyze the meanings they attribute to what in the social fabric seems to state that there is no positive value to their existence, meaning their lives or deaths do not seem to matter. The results of these analyzes are discussed in two categories: “I did not die or eat, I befriended hunger”; and “Prison time is long but not eternal, it makes you shiver, but it is not intimidating”. 3. "The institutional interstices and the possibilities of socioeducational work", in which intergroup and intersubjective connections established with the different groups existing in the socioeducational institution are analyzed, in order to think about the possibilities of interventions in the context of institutional establishments, from interstitial practices.
Unidade Acadêmica: Instituto de Psicologia (IP)
Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL)
Informações adicionais: Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2019.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Agência financiadora: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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