Escola Sem Partido : a política pedagógica do retrocesso na opinião de docentes da região administrativa do Recanto das Emas-DF

Abstract

O tema da dissertação foi o Escola Sem Partido. O ESP visa através de projetos de lei a regulação as práticas pedagógicas e os conteúdos curriculares das escolas do que considera como abusivo, e atua por meio de ações e projetos de lei buscando alterar normas e conteúdos escolares e constranger docentes considerados politicamente parciais. Este trabalho se propõe a, por meio de observações sociológicas e da coleta de informações/depoimentos através da aplicação de um questionário semi-estruturado verificar em que medida a motivação do Escola Sem Partido se construiu como um possível projeto de poder e controle ideológico de cunho conservador e de interferência no processo educacional a partir da revisão de literatura e qual maneira o projeto é percebido pelos/as educadores/as. Como objetivos específicos, fez-se a análise das consequências da ‘imposição’ do Projeto da Escola Sem Partidos aos/as docentes como também em relação às suas práticas pedagógicas, mas busca a compreensão por deles/as quanto às consequências que podem advir da implementação do ESP. O problema proposto é de observar, compreender, analisar as motivações políticas-sociais e econômicas que formulam, ou em outras palavras, que sustentam/ancoram o ESP. Como a sua adoção repercutiria sobre o corpo docente a partir da ‘obrigatoriedade’ deincorporação do projeto Escola Sem Partido, no caso dos docentes das escolas estudadas no Recanto das Emas, Distrito Federal. O resultado da pesquisa apontou que os/as inquiridos/as manifestaram clara observação do assunto no contexto pedagógico e nas rodas informais. Também manifestaram a insatisfação quanto à possibilidade de judicialização da arte de Educar, além da não necessidade dessa prática, pois não reconhecem como prática habitual qualquer doutrinação ideológica ou religiosa. A percepção de que ocorreria uma doutrinação de cunho marxista também não está presente junto à/aos docentes. A prática de uma educação crítica está presente na fala dos/as inquiridos/as, todavia vislumbram em sua maioria uma visão capitalista dos conteúdos.