Contribuição da armadura de pele na resistência ao cisalhamento na flexão em vigas de concreto armado com seção T

Abstract

Da análise das principais normas técnicas para projetos de estruturas de concreto, verifica-se que suas disposições quanto ao dimensionamento de vigas de concreto armado ao cisalhamento na flexão são consideradas ainda insatisfatórias por diversos pesquisadores. Tal fato tem conduzido ao desenvolvimento de diversos estudos, que visam ao aprimoramento dos processos de cálculo, de modo a torná-los mais econômicos e seguros. Destas normas, constata-se que a armadura longitudinal de pele, disposta nas faces laterais das vigas, é considerada apenas no cálculo da capacidade resistente ao cisalhamento na torção, sendo também, obrigatória sua colocação em vigas altas (d >600 mm, segundo a NB1/78), para controle da fissuração da alma da peça. O presente trabalho apresenta os resultados de pesquisas experimentais desenvolvidas no Departamento de Engenharia Civil da UnB, os quais evidenciam a contribuição da armadura longitudinal de pele na capacidade resistente ao cisalhamento na flexão, em que se constata que esta armadura não só influencia no valor da carga última de ruptura, como também nos modos de ruptura, em vigas biapoiadas de seção retangular, com relação a/d inferior a 3,2. O trabalho envolveu um programa experimental onde foram ensaiadas à ruptura oito vigas de concreto armado de seção tipo “T”, com taxa geométrica de armadura transversal superior a 0,3%, visando comparar com os resultados de vigas de seção retangular de mesmas características. O referido programa confirma a contribuição da citada armadura na capacidade resistente ao cisalhamento na flexão e apresenta uma formulação para o cálculo prático desta contribuição.