http://repositorio.unb.br/handle/10482/24778
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2017_LaísMacêdoVilasBoas.pdf | 1,49 MB | Adobe PDF | View/Open |
Title: | Cartografia da dor na escarificação do corpo adolescente : sobre identificação e fantasia |
Authors: | Vilas Boas, Laís Macêdo |
Orientador(es):: | Amparo, Deise Matos do |
Assunto:: | Adolescência - aspectos psicológicos Escarificação Dor - aspectos psicológicos Psicanálise do adolescente |
Issue Date: | 9-Oct-2017 |
Data de defesa:: | 9-Aug-2017 |
Citation: | VILAS BOAS, Laís Macêdo. Cartografia da dor na escarificação do corpo adolescente: sobre identificação e fantasia. 2017. 224 f., il. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica e Cultura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017. |
Abstract: | Este estudo teve por objetivo fazer uma análise da escarificação, ou seja, da incisão de cortes na pele permeados pelo afeto da dor, em adolescentes. A adolescência é compreendida como um tempo de reedição do Estádio do Espelho, marcado pela operação de separação e pela exigência do sujeito se posicionar como desejante. A escarificação pode ser compreendida como ato de passagem, baliza identitária ou como ressalta a psicanálise, um ato de pertencimento e de reconhecimento do próprio eu. A escarificação como um ato adolescente convoca o olhar do Outro. O olhar é colocado em causa devido à necessidade do sujeito de construir uma borda, ou seja, expressa claramente o imperativo de produzir um limite e a dificuldade de separação do Outro. A escarificação denuncia um sujeito suspenso em um tempo de busca de sensações corporais como forma de confirmar a própria existência. A hipótese nodal é a de que a escarificação possui, no tempo da adolescência, uma função suplementar, dada a precariedade da função de corte que deixa o sujeito imerso em uma devastação com o Outro maternal. Supomos, que a escarificação possui uma função cartográfica, ou seja, de construção de fronteiras corporais por meio da dor e do corte. Assim, o ato de se cortar pode ser um organizador da dispersão corporal adolescente. A necessidade de riscar litorais na pele nos indica uma precariedade em enfrentar a operação de separação. Para o estudo da separação foram estudadas as identificações, especialmente o Eu ideal e Ideal do eu, e a fantasia. As identificações, imaginária e simbólica, retratam uma dupla dimensão de o sujeito ser Um: sobre ser único e ter unidade corporal. A fantasia é um caminho privilegiado para que o sujeito se separe do Outro e construa sua posição no mundo como desejante, mesmo que portando as saídas do gozo fálico. O método utilizado foi o da construção de caso por meio de um caso clínico de uma adolescente que se escarificava de forma repetitiva. Na adolescência atual percebe-se o uso dos cortes como uma forma de retomada do corpo próprio e do controle de uma dor psíquica. Percebeu-se que a escarificação vem a construir um ponto cego como uma forma de proteção à devastação materna. Nesses casos a dor possui uma função cartográfica de colocar limites e instituir um sentimento de posse do corpo. Os cortes na pele constituem um caminho para a e produção de bordas, indicando a precariedade da separação. A adolescente parecia não saber a quem seu corpo pertencia e como estar no mundo sem ser subjugada. Por isso, percebeu-se a ineficácia da imagem e a dificuldade em utilizar o Ideal do eu como um recurso para construir uma posição desejante no mundo. A escarificação serve como uma função suplementar ao corte, pois a jovem refaz as bordas na pele como um caminho para estabelecer uma fronteira e se proteger do gozo do Outro. Esse ato é sustentado por uma série de fantasias em suas versões imaginárias que revelam a força de construção do significante “cortar-se”. Portanto, o ato de se cortar possui uma função suplementar e as fantasias que o sustentam, circunscrita na frase “mira-se uma criança”, possuem uma força de construção que fornece uma ajuda para a passagem adolescente. |
Abstract: | This thesis aimed an analysis about self-injury, in other words, cuttings in the skin transposed by affection to the pain in adolescents. The adolescence is understood as a logical time marked by the re-edition of the Mirror Stage, by the process of separation and by the counter-attraction to the subject of desire. Self-injury can be understood as an act of passage, limit of identity, or as psychoanalysis emphasizes, an act of belonging and self-recognition. Self-injury as a teenage act summons the Other's look. The look is put in question due to the subject's need to build a border, that is, clearly expresses the imperative to produce a limit and the difficulty of separation from the Other. Self-injury denounces a subject suspended in a time of searching for bodily sensations as a way of confirming his own existence. The main hypothesis is that self-injury has a supplementary function during adolescence, given the precariousness of the cut function that leaves the subject immersed in a devastation with the maternal Other. We assume that self-injury has a cartographic function, that is, of building bodily boundaries through pain and cut. Thus, the act of cutting can be an organizer of adolescent body scattering. The need to scratch coastlines on the skin indicates a precariousness in facing the separation operation. For the study of separation were studied the identifications, especially the ego ideal and Ideal ego, and the fantasy were. The identifications, imaginary and symbolic, portray a double dimension of the subject being One: about being unique and having bodily unity. Fantasy is a privileged way for the subject to separate from the Other and to construct his position in the world as desiring, even bearing the outlets of phallic jouissance.The method used was the construction of case studies on a clinical case of a youth that used to cut herself in a repetitive way. In the current adolescence the use of the cuts is perceived as a form of resumption of the own body and of the control of a psychic pain. It was noticed that the self-cutting comes to build a blind spot as way of protection against the maternal devastation. In these cases, pain has a cartographic function of setting limits and institute a sense of limits of ownership of the body. The cuts on the skin constitute a way to produce borders, indicating the precariousness of the separation The teenager did not seem to know whom her body belonged to and how to be in the world without being overwhelmed. Therefore, the ineffectiveness of the image and the difficulty in using the Ideal Ego as a resource to build a desiring position in the world were perceived. Self-cutting serves as a supplementary function to the cut, Because the young woman remakes the edges on her skin as a way to establish a border and protect herself from the jouissance of the Other. This act is sustained by a series of fantasies in their imaginary versions that reveal the building power of the signifier "cut off." Therefore, the act of self-injury has an additional function and the fantasies that support it, circumscribed in the phrase "look at a child", have a construction force that helps young women to go through adolescence. |
metadata.dc.description.unidade: | Instituto de Psicologia (IP) Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL) |
Description: | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2017. |
metadata.dc.description.ppg: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura |
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