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Título: Avaliação da co-infecção por Leishmania em pessoas vivendo com HIV/Aids acompanhadas no Hospital Universitário de Brasília : estudo transversal com ênfase na leishmaniose visceral
Autor(es): Carranza Tamayo, César Omar
Orientador(es): Romero, Gustavo Adolfo Sierra
Rabello, Ana
Assunto: Pessoas HIV-positivo
Leishmania
Diagnóstico - HIV
Data de publicação: 28-Out-2009
Referência: CARRANZA TAMAYO, César Omar . Avaliação da co-infecção por Leishmania em pessoas vivendo com HIV/Aids acompanhadas no Hospital Universitário de Brasília: estudo transversal com ênfase na leishmaniose visceral. 2006. 112 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical)-Universidade de Brasília, Brasília, 2006.
Resumo: Foi realizado um estudo descritivo transversal com o objetivo de estimar a magnitude da co-infecção Leishmania/HIV em pessoas vivendo com HIV/aids atendidos no Ambulatório de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário de Brasília. Foram incluídos no estudo 163 indivíduos, dos quais, sete apresentavam a síndrome clínica sugestiva de leishmaniose visceral e 156 eram assintomáticos em relação a essa síndrome. Após aceitação e assinatura do termo de consentimento, os pacientes foram submetidos à entrevista, exame clínico e coleta de sangue periférico para detecção da infecção por Leishmania spp. Os pacientes com a síndrome sugestiva de leishmaniose visceral foram submetidos também ao aspirado de medula óssea. O sangue coletado foi avaliado por meio das técnicas de imunofluorescência indireta (RIFI), ELISA com antígeno bruto de L. chagasi (ELISA), ELISA com antígeno rK39 (rK39) e reação em cadeia pela polimerase (PCR) com alvo de amplificação de 120 pares de bases da região conservada do k-DNA. Os espécimes de medula óssea foram submetidos ao exame direto em lâminas coradas pelo Giemsa, cultura para Leishmania e PCR. Vinte e seis pacientes (16%) apresentaram resultado positivo nas provas sorológicas. A positividade foi de 2,4% pela RIFI; 12,3% pelo ELISA; e 4,9% pelo rK39. A PCR do sangue periférico foi positiva em 1,8% dos pacientes. Nenhum dos pacientes sintomáticos teve resultados positivos no material obtido da medula óssea. A exploração de prováveis fatores associados com a positividade dos testes aplicados não revelou associação com: gênero, exposição prévia a área endêmica de leishmaniose, história de casos de leishmaniose visceral no grupo familiar ou na vizinhança e uso de drogas injetáveis. Observou-se associação estatisticamente significativa entre ter pelo menos um teste positivo e ser mais jovem (33 versus 39 anos; p=0,005); ter sorologia positiva para doença de Chagas (p=0,029); não ter evoluído para aids (p=0,004); não estar em uso de tratamento antiretroviral (p<0,001); e apresentar uma intercorrência infecciosa no momento da coleta do sangue para a avaliação sorológica. O estudo mostrou a importância da co-infecção Leishmania/HIV na amostra avaliada, em uma região que não era considerada até o ano de 2005 como área endêmica de leishmaniose visceral e que apresenta unicamente casos esporádicos de leishmaniose tegumentar. Provavelmente o teste de ELISA com antígeno bruto de Leishmania chagasi seja o que apresente maior potencial como teste de triagem para a detecção sensível de indivíduos co-infectados, no entanto, a especificidade do ensaio principalmente em pacientes com co-infecção por Trypanosoma cruzi e outras doenças causadas por micobactérias possa estar comprometida. A complexidade da técnica de PCR e sua baixa positividade nos casos assintomáticos ou subclínicos de co-infecção Leishmania/HIV limitam o seu uso como teste de triagem para a detecção sensível desta condição. ______________________________________________________________________________________ ABSTRACT
In order to estimate the magnitude of Leishmania/HIV co-infection, it was conducted a transversal study in people living with HIV/AIDS assisted at the outpatient Infectious and Parasitic Diseases Clinic of the Brasilia University Hospital. One hundred sixty-three patients were enrolled, seven of whom presented the clinical syndrome suggestive of visceral leishmaniasis and 156 were asymptomatic. After acceptance and signature of the informed consent, patients were submitted to a structured interview, clinical examination and collection of venous peripheral blood to detect the infection by Leishmania spp. Patients with suspicion of visceral leishmaniasis were submitted to bone marrow aspiration. The collected blood was evaluated by means of Indirect immunofluorescence test (IFAT), ELISA using soluble antigen of Leishmania chagasi (ELISA), ELISA with rK39 antigen (rK39) and polimerase chain reaction (PCR) targeted to a k-DNA conserved region of 120 bp. Bone marrow aspirate was submitted to direct examination in smears stained by Giemsa, culture for Leishmania and PCR. Twenty-six patients (16%) had positive serologic tests. The positivity was 2.4% by IFAT; 12.3% by ELISA; and 4,9% by rK39. PCR in blood was positive in three patients (1.8%). None of the symptomatic patients had positive results in bone marrow. The exploration of probable factors associated with the positivity of the applied tests did not revealed associations with: gender, previous exposition to visceral leishmaniasis endemic area, history of relatives or neighbors with visceral leishmaniasis, neither history of intravenous drug abuse. Significant statistical association was observed among positive tests and younger age (33 vs 39 years old; p=0,005); positive serologic test for Chagas disease (p=0,029); non-AIDS disease stage (p=0,004); non-use of antiretroviral therapy (p<0,001); and the presence of an infectious intercurrence at the moment of blood collection. The study demonstrated the importance of Leishmania/HIV co-infection in the assessed sample, in a region that was not considered as endemic area for visceral leishmaniasis until 2005, and only sporadic cases of cutaneous leishmaniasis in the last decades. The ELISA performed with soluble antigen of L.chagasi seems to be the method with the greater potential for the sensitive screening in order to detect Leishmania/HIV co-infected individuals. However, the specificity could be jeopardized in patients co-infected with Trypanosoma cruzi and other diseases caused by mycobacteria. The complexity and low positivity of PCR in the asymptomatic cases of Leishmania/HIV co-infection limit its use as screening of this condition. _______________________________________________________________________________________ RESUMEN
Fue realizado un estudio descriptivo transversal con el objetivo de estimar la magnitud de la co-infección Leishmania/HIV en personas viviendo com HIV/SIDA atendidas en el Consultório de Enfermedades Infecciosas y Parasitárias del Hospital Universitário de Brasília. Fueron incluidos 163 indivíduos, de los cuales siete presentaban el síndrome clínico sugestivo de leishmaniasis visceral y 156 eran asintomáticos en relação al sindrome. Luego de la aceptación y firma del término de consentimiento, los pacientes fueron sometidos a entrevista, examen clínico y colecta de sangre periférica para detección de la infección por Leishmania spp. Los pacientes com el síndrome sugestivo de leishmaniasis visceral fueron sometidos también a aspirado de médula ósea. La sangre colectada fue evaluada por médio de las técnicas de imunofluorescencia indirecta (RIFI), ELISA con antígeno bruto de L. chagasi (ELISA), ELISA con antígeno rK39 (rK39) y reacción em cadena de polimerasa (PCR) dirigida a amplificar 120 pares de bases de la región conservada del k-DNA. Las muestras de médula ósea fueron sometidas a examen directo em láminas teñidas con Giemsa, cultivo para Leishmania y PCR. Veintiseis pacientes (16%) presentaron resultado positivo en las pruebas serológicas. La positividad fue de 2,4% para RIFI; 12,3% para ELISA; y 4,9% para rK39. La PCR en sangre periférica fue positiva en 1,8% de los pacientes. Ningún paciente sintomático tuvo resultados positivos en médula ósea. La exploración de probables factores asociados com la positividad de las pruebas aplicados no reveló asociación com gênero, exposición previa a área endêmica de leishmaniasis visceral, historia de casos de leishmaniasis visceral en el grupo familiar o en la vecindad y uso de drogas inyectables. Se observó asociación estadísticamente significativa entre tener por lo menos una prueba positiva y ser más joven(33 vs 39 años; p=0,005); tener serología positiva para enfermedad de Chagas (p=0,029); no haber desarrollado SIDA (p=0,004); no estar en uso de tratamiento antiretroviral (p<0,001); y presentar una intercurrencia infecciosa concomitante a la obtención de sangre venosa para la evaluación. El estudio mostró la importancia de la co-infección Leishmania/HIV en la muestra evaluada, en una región que no era considerada hasta el año 2005 como área endémica de leishmaniasis visceral y que presenta únicamente casos esporádicos de leishmaniasis cutánea. Probablemente, la prueba de ELISA con antígeno bruto de L. chagasi sea la que presente el mayor potencial como método de tamizaje para la detección sensible de indivíduos co-infectados, sin embargo, la especificidade de la prueba principalmente en pacientes con co-infeción por Trypanosoma cruzi y otras enfermedades causadas por micobacterias puede estar comprometida. La complejidad de la técnica de PCR y su baja positividad em los casos asintomáticos de co-infección Leishmania/HIV limitan su uso como método de tamizaje para la detección sensible de esta condición.
Unidade Acadêmica: Faculdade de Medicina (FM)
Informações adicionais: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Medicina, 2006.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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