http://repositorio.unb.br/handle/10482/17935
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2014_PaulaOliveiraSobral.pdf | 1 MB | Adobe PDF | View/Open |
Title: | O feminino e o irrepresentável |
Authors: | Sobral, Paula Oliveira |
Orientador(es):: | Viana, Terezinha de Camargo |
Assunto:: | Mulheres - discriminação Representações de grupos - mulheres Diferença sexual Freud, Sigmund, 1856-1939 - crítica e interpretação Lacan, Jacques, 1901-1981 - crítica e interpretação |
Issue Date: | 17-Apr-2015 |
Data de defesa:: | 7-Nov-2014 |
Citation: | SOBRAL, Paula Oliveira. O feminino e o irrepresentável. 2014. 145 f., il. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica e Cultura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014. |
Abstract: | A tese desenvolvida neste trabalho articula o feminino à noção de irrepresentável, a partir dos fundamentos de Sigmund Freud e de Jacques Lacan. A necessidade de articular esse tema se apresentou a partir dos impasses vivenciados na experiência clínica, principalmente dos questionamentos acerca do dispositivo analítico – a interpretação –, desembocando na questão do manejo clínico com o irrepresentável do gozo feminino. A psicanálise confere um lugar à discussão sobre o feminino e se empenha em indagar sobre a particularidade de um gozo especificamente feminino cuja principal característica é sua não inscrição nos domínios da linguagem – seu caráter irrepresentável. Na delimitação do feminino, recorremos ao ensino de Freud, à experiência com as histéricas, à teorização sobre o falo e à fundamentação da diferença sexual como estrutural e estruturante do psiquismo. Recorremos, ainda, ao ensino de Lacan na sua teorização sobre o mais além do falo que desemboca na questão do gozo feminino. Quanto ao irrepresentável, baseamos sua definição na articulação de conceitos cruciais à prática analítica: o de representação, em Freud, os de real, simbólico e imaginário, em Lacan, assim como nas noções de letra e significante e nas funções da fala e da escrita. A partir do ensino de Lacan, o feminino ganhou o estatuto de uma particularidade de gozo, pois, segundo ele, uma mulher é dividida em seu gozo. O falo, como significante que representa o sexo no inconsciente, não é suficiente para representar o feminino, pois ele só abarca a parte fálica do gozo. Há, no feminino, um gozo Outro que frui justamente em função da falta de um significante que inscreva o sexo da mulher no simbólico, no campo do Outro. É um gozo que se produz no ponto de furo do campo do Outro, onde o sujeito experimenta uma ausência de si, resultado da falta de inscrição simbólica, para viver, em uma espécie de assujeitamento, uma experiência com o irrepresentável. A leitura feita neste trabalho sobre a articulação entre o feminino e o irrepresentável na clínica psicanalítica segue a via do fazer poético e da invenção, que funcionam na cena analítica como um savoir-y-faire, um saber-fazer-ali, diante do real, do impossível e dos limites que o gozo impõe à palavra. Não é um saber-fazer comum, daqueles que se constituem nos moldes de um oficio onde algo é aprendido e transmitido. O savoir-y-faire é um saber-fazer com o vazio, no sentido de se virar, o sujeito, com o gozo que insiste irrepresentável, se virar com o traço radicalmente singular registrado como marca no gozo que insiste na repetição. Seguimos, então, a indicação de que, na clínica, o trabalho com o feminino convoca uma interpretação que inclua o irrepresentável, o que nos leva, ao mesmo tempo, ao campo da escritura, aos limites da interpretação e à invenção de uma saída singular e criadora. |
Résumé: | La thèse développée dans cette étude articule le fèminin à notion de l’irreprésentable a partir des fondamentaux de Sigmund Freud e de Jacques Lacan. La nécessité d'articuler ce thème est présenté par les impasses rencontrées dans l'expérience clinique, principalement de questions sur le dispositif d'analytique - l'interprétation - par rapport à la question de la jouissance féminin irreprésentable dans la clinique psychanalytique. La psychanalyse donne un lieu de discussion sur le fèminin et s'efforce de se renseigner sur la particularité d'une jouissance spécifiquement féminine dont la principale caractéristique est sa non-inclusion complète dans les domaines de la langage. À propos du théme du fèminin nous nous référons à l'enseignement de Freud, l'expérience avec l'hystérique, des théories sur le phallus et la différence sexuelle comme structurelle du psychisme. Nous avons également fait appel à l'enseignement de Lacan dans sa réflexion sur au-delà du phallus qui conduit à la question de la jouissance féminine. Quant à l'irreprésentable, nous basons leur définition sur l'articulation des notions cruciales pour la pratique analytique: la notion de représentation dans Freud; la notion de réel, symbolique et imaginaire chez Lacan, les notions de lettre et signifiant, ainsi que les fonctions de la parole et de l'écriture. De l'enseignement de Lacan, le féminin a gagné le statut d'une particularité de jouissance, parce que, il s'agit d'une divisée – une femme est divisé en son jouissance. Le phallus, comme signifiant que représente le sexe dans l'inconscient, n'est pas suffisant pour représenter le féminin car il ne couvre qu'une partie de la jouissance, le phallique. Il y a dans la femme une jouissance Autre que frui précisément en raison de l'absence d'un signifiant qui enregistre le sexe de la femme dans la symbolique, dans le domaine de l'Autre. C'est une jouissance qui est produit au point de trou de champ de l'Autre, où le sujet éprouve une absence de lui-même en raison de l'absence d'inscription symbolique, et, dans une sorte de assujettissement, il vit une expérience avec l'irreprésentable. La lecture que nous faisons dans cette thèse sur la relation entre le fèminin et l'irreprésentable dans la clinique psychanalytique, suit le chemin de la poésie et de l'invention, dont ils fonctionnent sur la scène analytique comme un savoir-y-faire, um savoir-faire là devant le réel, l'impossible, du limite que la jouissance met à le signifiant. N'est-ce pas un savoir-faire commun, ceux qui apprennent comme un office et, par conséquent, ne peuvent pas être transmis. Le savoir-y-faire est un savoir-faire avec le vide, c'est à dire, se tournant vers la jouissance qui insiste irreprésentable, c'est-à-tourner avec le trait radicalement singulier enregistré en tant que marque dans la jouissance qui insiste sur la répétition. Nous suivons, alors, l'indication que dans le travail clinique avec le fèminin appelle une interprétation qui inclut l'irreprésentable, ce qui nous amène à la fois dans le domaine de l'écriture, les limites de l'interprétation et l'invention d'une sortie unique et créative. |
metadata.dc.description.unidade: | Instituto de Psicologia (IP) Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL) |
Description: | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2014. |
metadata.dc.description.ppg: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura |
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DOI: | http://dx.doi.org/10.26512/2014.11.T.17935 |
Appears in Collections: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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