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Titre: Da perda das ilusões à melancolia : um estudo psicanalítico em Balzac
Auteur(s): Mendes, Elzilaine Domingues
Orientador(es):: Viana, Terezinha de Camargo
Coorientador(es):: Bara, Olivier
Assunto:: Melancolia
Narcisismo
Literatura
Psicanálise
Date de publication: 3-fév-2014
Référence bibliographique: MENDES, Elzilaine Domingues. Da perda das ilusões à melancolia : um estudo psicanalítico em Balzac. 2013. 259 f. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica e Cultura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
Résumé: O objetivo deste trabalho é analisar a melancolia em alguns personagens d’A Comédia Humana de Honoré de Balzac, a partir da teoria psicanalítica e da sociocrítica. Para Freud o narcisismo é fundamental na constituição da subjetividade e para que haja predisposição à melancolia faz-se necessária fixação da libido no estágio do narcisismo. Nesse caso, há um desinvestimento nas relações objetais, o indivíduo toma a si mesmo como objeto de amor. Trata-se da perda da libido, de uma perda pulsional. Analisamos fragmentos da história de alguns personagens d’A Comédia Humana, considerados melancólicos por Balzac. Associamos a perda do ideal na melancolia freudiana à perda das ilusões n’A Comédia Humana. Constatamos que as transformações sociais ocorridas na França no século XIX afetaram a sociedade, desencadeando uma crise na subjetividade. Para Balzac a melancolia é um sintoma social, uma forma de expressão do mal-estar da sociedade francesa. Nesse contexto, a melancolia pode ser compreendida como uma forma de neutralização de energia, em que o corpo doente, decepcionado pela impossibilidade de realizar os seus desejos, torna-se desiludido e condenado à imobilidade. O tédio, a desilusão, a tristeza, a melancolia e a morte assemelham- se à impotência, à ausência de desejo. Assim, o corpo do melancólico é um corpo desvitalizado, sem energia. Nesse sentido, a melancolia denuncia a impossibilidade de alcançar os ideais, consiste na perda da libido, das ilusões, na perda do contato com o outro, no retorno às relações narcísicas, num retorno do eu sobre si mesmo. Tanto em Balzac quanto em Freud os homens são movidos pelos desejos, que em conflito com a vida social podem desencadear uma série de patologias, inclusive a melancolia. Concluímos que, assim como para Freud o narcisismo é fundamental na constituição da subjetividade, o escritor também utiliza partes do seu eu, das suas fantasias, ou melhor, do seu narcisismo na sua criação. Uma sociedade que valoriza o individualismo e o consumo estimula o narcisismo, o que propicia o desenvolvimento das patologias narcísicas. A tristeza profunda, o abatimento, o desgosto, a perda da autoestima e a falta de interesse pelo mundo exterior, pelas relações objetais, seriam então formas de expressão da melancolia. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT
The objective of this work is to analyze the melancholy of some of the characters from d’A Comédia Humana by Honoré de Balzac, based on psychoanalytic and sociocritical theory. For Freud's narcissism is fundamental in the constitution of subjectivity and that there is a predisposition to melancholy, as a necessary fixation of libido, at the stage of narcissism. In this case, there is a disinvestment in object relationships, the individual sees themself as an object of love. It is the loss of libido, the loss of sexual desire. Analyzed fragments of the history of some of the characters, from d’A Comédia Humana, are considered melancholy by Balzac. The loss of the ideal, in Freudian melancholy, is associated to the loss of illusions in d’A Comédia Humana. It is believed that the social changes in France in the nineteenth century affected society greatly, triggering a crisis in subjectivity. To Balzac, melancholy is a social symptom, the expressing of malaise in French society. In this context, melancholy can be understood as a way of neutralizing energy in a sick body, disappointed by the inability to realize your desires, becoming disillusioned and condemned to immobility. The boredom, disappointment, sadness, melancholy and death are comparable to impotence, to lack of desire. Thus, the body of a melancholic is a body devitalized, without energy. In this sense, the melancholy condemns the impossibility of achieving ideals, relating to the loss of libido, of illusions, of contact with another, returning to narcissistic relationships, returning to I about oneself. With both Balzac and Freud, men are driven by desires that conflict with social life triggering a number of pathologies, including melancholy. It can be concluded that, as much as Freud's narcissism is fundamental in the constitution of subjectivity, the writer also uses parts of himself, of his fantasies, or rather, his narcissism in its creation. A society that values individualism and consumption encourages narcissism, which facilitates the development of narcissistic pathologies. The deep sadness, the rebate, the heartbreak, the loss of self-esteem and lack of interest in the outside world, the object relations, would then be expressions of melancholy. ______________________________________________________________________________ RÉSUMÉ
L’objetif de ce travail est d’analyser la mélancolie chez quelques personnages de La Comédie humaine d’Honoré de Balzac, à partir de la psychanalyse et de la sociocritique. Pour Freud le narcissisme est fondamental dans la constitution de la subjectivité. Pour la prédisposition à la mélancolie il faut une fixation de la libido au stade du narcissisme. Dans ce cas, il y a un désinvestissement dans les relations d’objet, l’individu se prend soi-même comme l’objet d’amour. Il s’agit d’une perte de la libido, ainsi que d’une perte pulsionelle. Nous analysons des fragments de l’histoire de quelques personnages de La Comédie humaine qui sont considérés mélancoliques par Balzac. Nous associons la perte d’un idéal chez Freud à la perte des illusions dans La Comédie humaine. Nous constatons que les transformations sociales en eFrance au XIX siècle ont affecté la société en causant une crise dans la subjectivité. Pour Balzac la mélancolie est un symptôme social, une expression d’un mal-être dans la société française. Dans ce contexte, la mélancolie peut être comprise comme une forme de neutralisation de l’énergie, où le corps malade, décepcionné par l’impossibilité de réaliser ses désirs, devient désillusionné et est condamné à l’immobilité. L’ennui, la désillusion, la tristesse, la mélancolie et la mort sont similaires à l’impuissance, à l’absence du désir. Ainsi, le corps du mélancolique est un corps devitalisé, sans énergie. Dans se sens, la mélancolie dénonce l’impossibilité d’atteindre l’idéal, elle consiste en la perte de la libido, des illusions, du contact avec les autres, dans le retour aux relations narcissiques, et du moi sur le soi-même. Chez Balzac comme chez Freud les hommes sont mouvementés par le désir, qui en conflit avec la vie sociale peuvent occasioné plusieurs maladies, dont la mélancolie. Nous concluons ainsi que comme pour Freud, le narcissisme est central dans la constitution de la subjectivité, et est aussi fondamental dans la construction de l’écrivain, qui utilise une partie de son moi, de ses fantaisies, de son narcissisme dans sa création. Une société qui valorise l’individualisme et la consommation stimule le narcissisme et facilite le développment des pathologies narcissiques. Le chagrin, la tristesse profonde, l’abattement, le dégoût, la perte de l’amour-propre et le manque d’intérêt pour le monde extérieur, pour les relations d’objet, sont des formes d’expressions de la mélancolie.
metadata.dc.description.unidade: Instituto de Psicologia (IP)
Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL)
Description: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2013.
metadata.dc.description.ppg: Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura
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Collection(s) :Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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