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Título: Testemunhas de jeová ante o uso de hemocomponentes e hemoderivados
Outros títulos: Jehovah´s witnesses attitude towards hemocomponents and hemoderivatives
Autor(es): Azambuja, Letícia Erig Osório de
Garrafa, Volnei
Assunto: Testemunhas de Jeová
Bioética - casuística (Teologia)
Religião e ciência - sangue - transfusão
Ética - religião
Data de publicação: 2010
Editora: Associação Médica Brasileira
Referência: AZAMBUJA, Letícia Erig Osório de; GARRAFA, Volnei. Testemunhas de jeová ante o uso de hemocomponentes e hemoderivados. Revista da Associação Médica Brasileira,São Paulo, v. 56, n.6, p. 705-710, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n6/v56n6a22.pdf>. Acesso em: 01 abr. 2013. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302010000600022.
Resumo: Objetivo. Estudar o grau de conhecimento e aceitação de hemocomponentes e hemoderivados, frescos e armazenados, pelas testemunhas de Jeová e propor ferramentas bioéticas para o enfrentamento de eventuais conflitos éticos e morais nas relações com médicos e dentistas. Métodos. Aplicação de questionários a 150 testemunhas de Jeová que frequentam Salões do Reino no Distrito Federal, Brasil. Os questionários buscaram respostas a aspectos sociodemográficos rela¬cionados à possível aceitação de hemocomponentes e hemoderivados pelos pesquisados, bem como a atitude dos profissionais de saúde ante à opção religiosa dos pacientes. Resultados. Dos pesquisados: 74% acreditam que usar sangue provoca mais malefícios do que bene¬fícios à saúde (fundamentação essencialmente bíblica); 96% não aceitam usar hemocomponentes, mas 76% aceitam usar hemoderivados em situações específicas, demonstrando haver entendimentos particulares sobre o tema; 80% se sentem moralmente ofendidos com o uso de sangue armazenado e apenas 45% com sangue fresco, confirmando a interpretação religiosa de que produtos frescos são em geral mais aceitos; segundo 83% dos pesquisados, seus dentistas não perguntaram a religião dos pacientes contra 71% dos médicos, demonstrando pouca preocupação dos profissionais neste aspecto. Conclusão. As testemunhas de Jeová são vistas por seus “estranhos morais” (aqui, médicos e dentistas) como religiosos que simplesmente “não aceitam sangue”. Todavia, diversos tratamentos sanguíneos são hoje aceitos, o que não impede, por livre convicção, a recusa no recebimento de qualquer deles. As interpretações particulares costumam ampliar o rol de proibições e de conflitos morais, já que médicos e dentistas, além de não considerar estas particularidades, também não perguntam a religião na anamnese.
Abstract: Objective. To study extent of knowledge and acceptance of hemocomponents and hemoderivatives, fresh and stored, by Jehovah´s Witnesses and also propose bioethical tools for any ethical and moral conflicts identified in their relationship with physicians and dentists. Methods. A questionnaire was used to interview 150 Jehovah’s Witnesses who attend ”Salões do Reino” in the Distrito Federal, Brazil. The questionnaire was directed towards information on socio-demographic aspects related to the use (or not ) of hemocomponents and hemoderivatives by those interviewed and also approach of healthcare professionals with patients of this belief. Results. 74% believe that the use of blood causes more harm than benefits to health - refusal is essentially based on the Bible 96% do not support hemocomponents, but 76% support hemoderivatives in specific situations, showing that personal understandings do exist; 80% feel morally offended with use of stored blood and only 45% with fresh blood, confirming the religious interpretation that fresh products are in general more accepted; according to 83% of the interviewees dentists do not ask about patients’ religion, whereas 71% of physicians do, showing little professional concern about this aspect. Conclusion. Jehovah´s Witnesses are seen by their “moral outsiders” (here physicians and dentists) as the religious group that simply “does not use blood”. Although, several blood treat¬ments are nowadays permitted,. it does not deprive them from a free conviction to refuse blood treatments. Their particular understandings frequently extend the list of blood prohibitions and, consequently, the number of moral conflicts, when consi¬dering that physicians and dentists usually do not ask about a patient´s religion.
Unidade Acadêmica: Faculdade de Ciências da Saúde (FS)
Departamento de Saúde Coletiva (FS DSC)
Licença: Revista da Associação Médica Brasileira - Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons (Attribution-NonCommercial 3.0 Unported (CC BY-NC 3.0)). Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42302010000600022&script=sci_arttext. Acesso em: 01 abr. 2013.
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302010000600022
Publicação associada: http://repositorio.unb.br/handle/10482/6161
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