http://repositorio.unb.br/handle/10482/12418
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2012_MaríadelPilarTobarAcosta.pdf | 26,15 MB | Adobe PDF | View/Open |
Title: | Protagonismo face à inevitabilidade da violência : vozes da rua em Ocas" e em o Trecheiro |
Authors: | Acosta, María del Pilar Tobar |
Orientador(es):: | Resende, Viviane de Melo |
Coorientador(es):: | Pereira, Fábio |
Assunto:: | Análise do discurso Análise crítica do discurso Etnologia Jornalismo - aspectos sociais Periódicos |
Issue Date: | 8-Mar-2013 |
Data de defesa:: | Dec-2012 |
Citation: | ACOSTA, María del Pilar Tobar. Protagonismo face à inevitabilidade da violência: vozes da rua em Ocas" e em o Trecheiro. 2012. 232 f., il. Dissertação (Mestrado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2012. |
Abstract: | Esta dissertação de mestrado é o resultado de uma investigação discursiva que teve como objetivo analisar as práticas sociodiscursivas implicadas na produção de periódicos voltados para a população em situações de rua e em situações de vulnerabilidade social: a revista Ocas” e o jornal O Trecheiro. Os objetos focalizados integram, como frente discursiva, as ações materiais e simbólicas construídas pelas ONGs Organização Civil de Ação Social (OCAS) e Rede Rua de Comunicação, respectivamente. Essas ações orientam-se para o “ethos redistributivo” (SOUSA SANTOS, 2005, p. 8) que caracteriza a mobilização social, e intentam reverter as graves consequências da
desigualdade sistêmica da sociedade no quadro do novo capitalismo. Apesar de compartilharem o objetivo central de contribuir para a superação de assimetrias sociais, as publicações são construídas de modos diferentes, materializando diferentes suportes textuais. Para realizar esta investigação, foram constituídos dois corpora documentais, um composto por textos de edições de Ocas", o outro por textos de edições de O Trecheiro. Esses dados foram coletados com base no recorte temporal, definido entre os anos 2009 e 2012, e em critérios temáticos, focalizando a representação da violência contra pessoas em situações de vulnerabilidade social. Também foi gerado um corpus etnográfico composto por entrevistas semiestruturadas com cinco atores sociais articulados à produção desses periódicos. Esse corpus serviu para construir uma triangulação metodológica que viabilizou o acesso a diferentes componentes ontológicos, o que permitiu que essa investigação ultrapassasse a limitação de pesquisas documentais. Como referencial teórico, buscou-se integrar epistemologias híbridas, tais como Teorias da Comunicação (SANT’ANNA, 2008) e
Realismo Crítico (BHASKAR, 1998), à matriz do arcabouço teórico-metodológico constituído pela Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2003), em um esforço pela transdisciplina.
Para a análise de dados, foram empregadas categorias discursivas oriundas da Linguística Sistêmico-Funcional e da Gramática do Design Visual. As categorias analíticas selecionadas são operacionalizadas pela Análise de Discurso Crítica para o mapeamento de significados sociais em textos. Os resultados obtidos apontam para uma colonização das técnicas (SANTOS, 2011) sobre a produção de textos nas publicações focalizadas. A esse respeito, a principal contribuição deste
estudo para a compreensão ampla de processos alternativos de comunicação resultou ser a evidência de que padrões hegemônicos acabam sendo reproduzidos em jornais e revistas que são delimitados, em função dos objetivos expostos por seus/suas produtores/as, como jornalismo de
defesa civil (WAISBORD, 2009), em uma relação proporcional ao grau de tecnologização das ações discursivas das publicações. Ainda assim, focos de resistência se formam no interior das
mesmas práticas. Esses focos viabilizam a expressão, mesmo que restrita, das “vozes de rua”, cuja densidade relativa pode ter sido reduzida nas reformulações das publicações, mas que continuam presentes nos textos veiculados. Essa presença é evidenciada pela possibilidade, ainda que
constrangida, de se ocupar a posição de produtor/a de texto nos espaços discursivos das publicações. Por meio dessa produção textual, atores sociais, que de outro modo não teriam como, podem construir: (i) a representação, que informa outras formas de ver o mundo, articulando discursos alternativos; (ii) a ação, pela via discursiva, sobre o mundo social hipersemiotizado que configura as relações hodiernas; e (iii) a identificação, por meio da qual é possível resistir às identidades legitimadoras (CASTELLS, 1999) e é viável projetar-se para fora das contingências violentas e opressivas. Mesmo em face da aparente inevitabilidade da violência sistêmica, as “vozes da rua” encontram espaço para serem lidas/ ouvidas/ sentidas, e conseguem mobilizar recursos na construção da resistência a arranjos assimétricos de poder e na luta pelo direito a ter direitos.
_______________________________________________________________________________________ ABSTRACT This master’s dissertation is the result of a discursive investigation that aimed to analyse the social practices implied in periodical productions targeted at people in situation of homelessness and precarious living conditions, the magazine Ocas” and the newspaper O Trecheiro. The focused objects integrate, as a discursive front, symbolic and material actions built by the following NGO’s: Organização Civil de Ação Social (OCAS) and Rede Rua de Comunicação. These ac tions are guided to a "redistributive ethos" (SOUSA SANTOS, 2005, p. 8) featuring social mobilization, and intend to reverse the serious consequences of systemic social inequality in the new capitalist frame. Despite sharing the central aim of contributing to overcome social inequalities, the publications are structured differently in response to different medium. To conduct this research, there were two documentary corpora, one composed of Ocas” texts and the other by O Trecheiro texts, collected from 2009 and 2012, on the basis of thematic criteria focusing on violence representation against people living in precarious situations. Unto which it was added an ethnographic corpus composed of semi-structured interviews of five articulated social actors in the production of these papers. This corpus served to build a methodological triangulation, which enabled the access to different ontological components that allowed this research to go beyond the limitation of documentary researches. Regarding theoretical framework, we sought to integrate hybrid epistemologies, such as Communication Theories (SANT’ANNA, 2008) and Critical Realism (BHASKAR, 1998), together with Critical Discourse Analysis (FAIRCLOUGH, 2003), in an effort for transdisciplinarity. For data analysis, discursive categories of Systemic Functional Linguistics and Visual Design Grammar were employed and operationalized by CDA for mapping social meanings in texts. Results point to a colonization of techniques (SANTOS, 2011) on texts production in targeted publications. Hereupon, I assess that the main contribution of this study to a broad understanding of alternative communication processes turned out to be the evidence that hegemonic patterns end up being reproduced in the newspapers and magazines that are enclosed, in accordance to goals set out by their producers, as advocacy journalism (WAISBORD, 2009), in a proportionate ratio to the technologized discursive actions publications. Nevertheless, resistance focuses are formed within the practices. Such resistances focuses enable the expression, even if limited, of the "voices of the street”, whose relative density may have been reduced in publications restatements, whilst remain present in the publications. This presence is evidenced by the possibility, even embarrassed, to occupy the producer position of texts in publications’ discursive spaces. Through this textual production, social actors, who otherwise wouldn’t be able to build: (i) representation, which tells us other world views articulating alternative discourses; (ii) the action, through discursive manner, on the densely-semioticized social world that shapes our reality; and (iii) the identification, which makes possible to resist legitimizing identities and feasible projection out of violent and oppressive contingencies. Even in face of the systemic violence inevitability, the "voices of the street" find space to be read/heard/experienced, and can mobilize resources in resistance building to asymmetrical arrangements of power and struggle for the right to have rights. _______________________________________________________________________________________ RESÚMEN Esta disertación de maestría es el resultado de una investigación discursiva que tuvo como objetivo analizar las prácticas sociales implicadas en la producción de publicaciones mediáticas orientados para la población en situaciones de calle y de precariedad: la revista Ocas y el periódico O Trecheiro. Los objetivos focalizados integran, como frente discursiva, las acciones materiales y simbólicas construidas por las ONGs Organização Civil de Ação Social (OCAS) y Rede Rua de Comunicação, respectivamente. Esas acciones se orientan para el “ethos redistributivo” (SOUSA SANTOS, 2005, p. 8) que caracteriza la movilización social, e intentan revertir las graves consecuencias de la desigualdad sistémica de la sociedad en el contexto del nuevo capitalismo. A pesar de compartieren el objetivo central de contribuir para la superación de asimetrías sociales, las publicaciones son construidas de modo diferente, respondiendo a los diferentes soportes textuales. Para realizar esta investigación, fueron construidos dos corpora documentales, uno compuesto por textos de ediciones de Ocas", el otro por textos de ediciones de O Trecheiro, colectados a partir del recorte temporal definido entre los años 2009 y 2012, y con base en criterios temáticos focalizando la representación de la violencia contra las personas en situaciones de calle y de precariedad. A los cuales fue añadido un corpus etnográfico compuesto por entrevistas semiestructuradas de cinco actores sociales articulados en la producción de esas publicaciones. Ese corpus sirvió para construir una triangulación metodológica que viabilizó el acceso a diferentes componentes ontológicos, lo que permitió que esa investigación ultrapasase la limitación de investigaciones documentales. Como referencial teórico se buscó integrar epistemologías hibridas, tales como las Teorías de la Comunicación (SANT’ANNA, 2008) y el Realismo Crítico (BHASKAR, 1998), a la matriz del andamiaje teórico-metodológico constituido por el Análisis del Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2003), en un esfuerzo por la transdisciplina. Para el análisis de los datos fueron empleadas categorías discursivas de la Lingüística Sistémico Funcional y de la Gramática del Diseño Visual operacionalizadas por el Análisis del Discurso Crítica para el desvelamiento de significados sociales en los textos. Los resultados obtenidos apuntan hacia una colonización de las técnicas (SANTOS, 2011) sobre la producción de textos en las publicaciones focalizadas. A ese respecto, avalúo que la principal contribución de éste estudio para la comprensión amplia de procesos alternativos de comunicación es la evidencia de que patrones hegemónicos acaban siendo reproducidos en periódicos y revistas que son delimitados, en función de los objetivos expuestos por sus productores/as, como periodismo de defensa civil (WAISBORD, 2009), en una relación proporcional al grado de tecnologización de las acciones discursivas de las publicaciones. Aún así, focos de resistencia se forman dentro de las practicas. Esos focos viabilizan la expresión, aunque restricta, de las “voces de la calle”, cuya densidad relativa puede haber sido reducida en las reformulaciones de las publicaciones, pero que continúan presentes en las publicaciones. Esa presencia es evidenciada por la posibilidad, aún que constreñida, de se ocupar la posición de productor/a de texto en los espacios discursivos de las publicaciones. Por medio de esa producción textual, actores sociales, que de otro modo no tendrían como, pueden construir: (i) la representación, que nos informa otras formas de ver el mundo, articulando discursos alternativos; (ii) la acción, por la vía discursiva, sobre el mundo social híper semiotizado que configura nuestra realidad; y (iii) la identificación, por medio de la cual es posible resistir a las identidades legitimadoras (CASTELLS, 1999) y es viable proyectarse para fuera de las contingencias violentas y opresivas. Mismo en fase de la aparente inevitabilidad de la violencia sistémica, las “voces de las calles” encuentran espacio para ser leídas/oídas/sentidas, y consiguen movilizar recursos en la construcción de la resistencia a los arreglos asimétricos de poder y en la lucha por el derecho a tener derechos. |
Description: | Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Línguas Clássicas e Português, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2012. |
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