http://repositorio.unb.br/handle/10482/53173| Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
|---|---|---|---|---|
| 2024_SergioRobertoKnorrVelho_TESE.pdf | 2,45 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
| Título: | Eletromobilidade no Brasil : framework para superar desafios e explorar oportunidades |
| Outros títulos: | Electromobility in Brazil : framework to overcome challenges and explore opportunities |
| Autor(es): | Velho, Sérgio Roberto Knorr |
| Orientador(es): | Barbalho, Sanderson César Macêdo |
| Assunto: | Veículos elétricos Framework Energia renovável |
| Data de publicação: | 19-Nov-2025 |
| Data de defesa: | 20-Dez-2024 |
| Referência: | VELHO, Sérgio Roberto Knorr. Eletromobilidade no Brasil: framework para superar desafios e explorar oportunidades. 2024. 289 f., il. Tese (Doutorado em Sistemas Mecatrônicos) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024. |
| Resumo: | Introdução: A mobilidade elétrica, ou eletromobilidade (EM), refere-se à adoção de veículos elétricos (VEs) e seu impacto no transporte, abordando desafios tecnológicos, de infraestrutura, regulatórios e de modelos de negócios. Essa transição é crucial para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e mitigar impactos ambientais, especialmente em áreas urbanas, motivada pela necessidade de combater mudanças climáticas e promover uma transição energética. No entanto, a adoção dos VEs enfrenta várias barreiras, pois eles ainda representam uma fração pequena das vendas totais de veículos. A redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no setor de transportes é uma preocupação global, incluindo os países do BRICS, que assinaram o Acordo de Paris em 2015. Os países do BRICS, responsáveis por 21% do PIB mundial, têm mostrado avanços significativos em investimentos em energias renováveis, sendo cruciais no cenário global de emissões. Portanto, é relevante analisar as estratégias desses países, que compartilham características com o Brasil, para entender melhor as oportunidades e desafios locais da eletromobilidade. Objetivo: Os objetivos desta tese são direcionados ao desenvolvimento e promoção de um framework para superar os desafios e explorar as oportunidades da EM no Brasil. Este estudo foi realizado com a colaboração de especialistas no tema. O framework proposto busca integrar perspectivas de inovação e difusão tecnológica, dinâmica de mercado e estruturas políticas e regulatórias, fornecendo uma base sólida para orientar estratégias e políticas voltadas à EM no país e em países emergentes. A abordagem multidisciplinar visa oferecer uma visão abrangente e prática, capaz de apoiar o avanço sustentável da EM no Brasil. Método: A pesquisa adota uma abordagem de métodos mistos, combinando a Metodologia Q e Grounded Theory. Foram realizadas 61 entrevistas com especialistas brasileiros, utilizando amostragem bola de neve, resultando em 856 opiniões codificadas em 28 categorias com a ferramenta Atlas Ti Cloud. A metodologia Q classificou as opiniões como 'concordo em grande parte' ou 'discordo em grande parte' com 38 respondentes anônimos. A análise fatorial com rotação Varimax, realizada com a ferramenta KADE, determinou sete fatores com uma variância cumulativa de 52%. As categorias da Grounded Theory foram validadas por meio de revisão de literatura e pesquisa complementar com 34 respondentes. As ações para o desenvolvimento de uma Estratégia Nacional de Eletromobilidade foram refinadas por entrevistas com 14 especialistas. Resultados: A análise identificou sete fatores que caracterizam os desafios e oportunidades da eletromobilidade no Brasil: (1) políticas governamentais, (2) requalificação da força de trabalho, (3) desenvolvimento tecnológico, (4) custo, (5) mobilidade urbana sistêmica, (6) infraestrutura e (7) meio ambiente. Os resultados indicam que a regulamentação e as normas para a eletromobilidade no Brasil ainda são insuficientes. O fator de maior concordância foi a necessidade de políticas governamentais claras e comprometidas com a eletrificação, enquanto a maior discordância foi em relação à hibridização como estágio inicial da EM. Conclusão: O estudo oferece uma análise abrangente das oportunidades e desafios da EM no Brasil, um setor fundamental para a descarbonização global. Em 2019, as emissões de transporte aumentaram apenas 0,5%, um avanço significativo frente à média de 1,9% ao ano desde 2000, impulsionado pela eletrificação, eficiência energética e biocombustíveis. No entanto, o transporte ainda responde por 24% das emissões diretas de CO2 provenientes da combustão de combustíveis fósseis, com veículos rodoviários (caminhões e ônibus) representando três quartos desse total. Esse cenário evidencia a urgência de uma transição sustentável e tecnológica em países emergentes. A análise das opiniões de 61 especialistas brasileiros utilizando a metodologia Q destaca que a transição para a EM no Brasil enfrenta desafios específicos: alto custo dos veículos elétricos, dependência da indústria automobilística em tecnologias convencionais, e infraestrutura elétrica limitada. Contudo, o país também possui vantagens competitivas, como uma indústria de autopeças robusta, que podem ser alavancadas com investimentos direcionados em tecnologias de propulsão híbridas e elétricas adaptadas ao contexto local. As recomendações destacam a importância de políticas públicas integradas, incluindo incentivos fiscais, fortalecimento da infraestrutura de carregamento e educação ambiental para moldar uma nova mentalidade em relação à mobilidade elétrica. Além disso, as estratégias de mobilidade urbana, como a ampliação da micromobilidade e a adoção de ônibus elétricos, podem ser fundamentais para cidades mais sustentáveis. A transição brasileira também oferece lições valiosas para outros países emergentes com indústrias automotivas significativas, como Índia, México e Argentina. Os dados apontam que o sucesso da EM dependerá de um esforço coordenado entre governo, setor privado e sociedade civil para enfrentar os obstáculos financeiros, técnicos e culturais. Apesar das limitações da pesquisa, que não abrangeu todos os atores relevantes, os resultados sugerem que o alinhamento das políticas industriais com as metas de sustentabilidade global será crucial para transformar a mobilidade no Brasil e em outros mercados emergentes. Pesquisas futuras devem ampliar a amostra, incorporando startups, Organizações Não Governamentais (ONGs) e fabricantes de autopeças, além de explorar novas soluções para micromobilidade e integração com energias renováveis, visando uma transição mais equitativa e sustentável. |
| Abstract: | Introduction: Electromobility (EM) refers to the adoption of electric vehicles (EVs) and its impact on transportation, focusing on technological, infrastructural, regulatory, and business model challenges. This transition is essential for reducing dependence on fossil fuels and mitigating environmental impacts, particularly in urban areas, driven by the imperative to combat climate change and advance an energy transition. Despite the global momentum, the adoption of EVs continues to face multiple barriers, as they still account for a small share of total vehicle sales. Reducing greenhouse gas emissions in the transportation sector remains a critical global issue, including for the BRICS countries, which endorsed the Paris Agreement in 2015. These countries, representing 21% of the world's GDP, have made notable progress in renewable energy investments, which are vital in the context of global emissions. Consequently, examining the strategies of these countries, which have similarities with Brazil, is important for better understanding the local opportunities and challenges of electromobility. Objective: The objectives of this thesis are aimed at developing and promoting a framework to overcome the challenges and explore the opportunities of EM in Brazil. This study was carried out in collaboration with experts in the field. The proposed framework seeks to integrate perspectives of innovation and technological diffusion, market dynamics, and political and regulatory frameworks, providing a solid basis to guide strategies and policies aimed at EM in the country and in emerging countries. The multidisciplinary approach aims to offer a comprehensive and practical vision capable of supporting the sustainable advancement of EM in Brazil. Method: The research employs a mixed-methods approach, combining Q-methodology and Grounded Theory. 61 interviews with Brazilian experts were conducted using snowball sampling, which generated 856 opinions coded into 28 categories using the Atlas Ti Cloud tool. Q-methodology was utilized to classify these opinions as 'mostly agree' or 'mostly disagree' among 38 anonymous respondents. Factor analysis with Varimax rotation, conducted using the KADE tool, identified seven factors with a cumulative variance of 52%. The categories derived from Grounded Theory were validated through a literature review and an additional survey involving 34 respondents. The development actions for a National Electromobility Strategy were further refined through interviews with 14 experts. Results: The analysis revealed seven key factors characterizing the challenges and opportunities of electromobility in Brazil: (1) government policies, (2) workforce reskilling, (3) technological development, (4) cost, (5) systemic urban mobility, (6) infrastructure, and (7) environment. Findings indicate that regulations and standards for electromobility in Brazil are currently inadequate. The factor with the highest consensus was the need for more explicit and dedicated government policies supporting electrification, whereas the greatest disagreement concerned the role of hybridization as an initial stage of EM. Conclusion: The study provides a comprehensive analysis of the opportunities and challenges of EM in Brazil, a key sector for global decarbonization. In 2019, transport emissions increased by just 0.5%, a significant improvement compared to the average of 1.9% per year since 2000, driven by electrification, energy efficiency, and biofuels. However, transport still accounts for 24% of direct CO2 emissions from fossil fuel combustion, with road vehicles (trucks and buses) accounting for three-quarters of this total. This scenario highlights the urgency of a sustainable and technological transition in emerging countries. The analysis of the opinions of 61 Brazilian experts using the Q methodology highlights that the transition to EM in Brazil faces specific challenges: the high cost of electric vehicles, the automotive industry's dependence on conventional technologies, and limited electrical infrastructure. However, the country also has competitive advantages, such as a robust auto parts industry, which can be leveraged with targeted investments in hybrid and electric propulsion technologies adapted to the local context. The recommendations highlight the importance of integrated public policies, including tax incentives, strengthening charging infrastructure, and environmental education, to shape a new mindset toward electric mobility. In addition, urban mobility strategies, such as expanding micro-mobility and adopting electric buses, can be key to more sustainable cities. The Brazilian transition also offers valuable lessons for other emerging countries with significant automotive industries, such as India, Mexico, and Argentina. The data indicates that the success of EM will depend on a coordinated effort between government, the private sector, and civil society to address financial, technical, and cultural obstacles. Despite the limitations of the research, which did not cover all relevant stakeholders, the results suggest that aligning industrial policies with global sustainability goals will be crucial to transforming mobility in Brazil and other emerging markets. Future research should expand the sample, incorporating startups, non-governmental organizations (NGOs), and auto parts manufacturers, and explore new solutions for micromobility and integration with renewable energies, aiming at a more equitable and sustainable transition. |
| Unidade Acadêmica: | Faculdade de Tecnologia (FT) Departamento de Engenharia Mecânica (FT ENM) |
| Informações adicionais: | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia, Departamento de Engenharia Mecânica, 2024. |
| Programa de pós-graduação: | Programa de Pós-Graduação em Sistemas Mecatrônicos |
| Licença: | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. |
| Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.