Antropologia-Educação : experiência, imaginação e conhecimento

Abstract

Esta coletânea pretende disseminar o conhecimento produzido na Universidade de Brasília (UnB) e prover um recurso didático para disciplinas de graduação sobre temas ligados à educação em seu sentido amplo. Produzido a partir de uma experiência de ensino-aprendizagem na disciplina de Antropologia e Educação do curso de Pedagogia da UnB, o conteúdo aqui reunido é direcionado para esta disciplina, mas pode ser de interesse para as Ciências da Educação de maneira geral, a partir de uma perspectiva da Antropologia, além de subsidiar professores e estudantes em cursos temáticos ou interdisciplinares que tratam de tópicos como diversidade cultural, relações étnico-raciais, direitos humanos, Educação Inclusiva, diferenças e desigualdades sociais na educação.1 Do mesmo modo, este material também pode ser útil para professores e estudantes das Ciências Humanas e Sociais, e da Antropologia em particular, na medida em que alguns fundamentos e noções básicas da disciplina são aqui retomados por leituras que se apropriam de seus sentidos convencionais e inventam outras formas de operar essas ideias de maneira criativa a partir do universo de interesse da Pedagogia. Para além da universidade, este livro também pode contribuir com professores e estudantes do ensino médio na Educação Básica, quando interessados em conversar e refletir sobre as relações entre educação e cultura, marcadores sociais da diferença e espaços escolares. Por fim, pode atrair ainda profissionais da Pedagogia que atuam na Educação Infantil, interessadas nas reflexões sobre infâncias. Aqui reunimos 28 ensaios escritos por estudantes do primeiro período do curso de Pedagogia produzidos entre 2020 e 2022. Os textos estão distribuídos em quatro partes. A primeira é trajetórias e reúne histórias biográficas e/ou familiares sobre experiências ao longo da vida com a educação. A segunda é infâncias, e trata de diferentes aproximações desse tópico, pelas experiências pessoais, com as gerações anteriores ou mesmo nas relações com os filhos. A terceira, ficções, reúne escritos a partir de referências do cinema, de séries e de histórias inventadas para dar caminho a reflexões sobre educação. Por fim, escolas fecha o livro com ensaios que partem de cenas escolares, seja na posição de estudantes seja como estagiárias ou professoras da Educação Infantil, enfocando dramas e violências simbólicas no contexto escolar, mas também vivências significativas na companhia de crianças e reflexões sobre ensinar e aprender. Na realidade, os ensaios transitam entre esses domínios, alguns textos sobre trajetórias falam de infâncias e escolas, ensaios sobre infâncias tratam de escolas a partir de histórias ficcionais, escritos que tematizam ficções versam sobre infâncias, trajetórias e escolas, além dos próprios textos sobre escolas que entrecruzam os tópicos anteriores. Portanto, a composição funciona melhor como um tecido de histórias entrecruzadas sobre educação. Este conjunto é precedido de um texto introdutório que situa a experiência e de outro, ao final, que discute algumas questões sobre as relações interdisciplinares na interseção entre os campos da Antropologia e Educação, além de destacar algumas características dos ensaios reunidos nesta obra. ________________ 1Os textos aqui encontrados tratam ora do fenômeno da educação, em seu sentido amplo, ora da Educação como área do conhecimento. Para marcar essa diferença, utilizamos a distinção entre os usos das iniciais maiúsculas (quando se trata da Educação como campo do conhecimento) e minúsculas (quando se trata do fenômeno).